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Quando todos estão bem, inspirados e confiantes, é melhor para Novo Hamburgo

O que podemos esperar? Quais as perspectivas? Teremos mudanças que nos levem ao desenvolvimento ou estamos fadados a ir de reboque num estado falido? Quis ouvir nossa prefeita, Fatima Daudt, que gentilmente abriu espaço na sua atribulada agenda para esta entrevista e, de quebra, me deu um título carregado de boas vibrações e de esperança.

O que inspira a senhora como cidadã, como arquiteta urbanista e prefeita?

O que me inspira é a própria cidade. O senso comunitário está no DNA da comunidade hamburguense e quero contribuir para a construção de um lugar melhor, mais inclusivo e moderno. Acho que quando todos estão bem, todo mundo ganha. Então, essa é a intenção. Muitas coisas criadas aqui foram através das práticas comunitárias. A Fenac, a Universidade Feevale e outras tantas iniciativas nasceram de reuniões em clubes, em associações de bairros e fizeram a diferença nas nossas vidas. Depois se perdeu isso, mas tenho certeza de que esse espírito não morreu. Está aí, pronto para aflorar de novo, nos encantar outra vez, nos mover e fazer crescer.

A sociedade brasileira está num momento em que desacredita de tudo. Novo Hamburgo não está diferente.

A comunidade precisa se inspirar para inspirar a cidade. Precisamos projetar o futuro, botar a casa em ordem e perseguir nossos sonhos, nos apropriando daquilo que é nosso outra vez. Quando há união e propósito, os caminhos se abrem. Olha o exemplo do Parcão. A comunidade assumiu o Parcão e em alguns finais de semana chegamos a ter 5 mil pessoas lá. Os espaços públicos são locais de socialização. Quando a cidade não tem esses espaços ela acaba perdendo a alma, ela acaba perdendo o convívio e é no conviver que começamos a criar grupos e ações que podem ser positivos para a cidade. Esta visão está no meu plano de governo e nós já avançamos em alguns pontos. O Parque Floresta Imperial, no bairro industrial, está todo revitalizado, com segurança, e a população está utilizando aquele local novamente. O Parque do Trabalhador também já está com início de obras e todas as praças terão nossa atenção. Durante os quatro anos de administração trabalharemos no sentido de trazer de volta esta possibilidade do convívio em várias frentes.

O que deve inspirar Novo Hamburgo para que tenhamos um futuro promissor?

Ações positivas. A gente tem que pensar positivo e atuar neste sentido. O que nós estamos vendo nesses últimos anos são episódios negativos que se sobrepõem e fazem com que, no dia a dia, se fale demais em coisas ruins no Brasil inteiro. Eu acredito que as situações contrárias existem para nos ensinar, não para nos prender. Então, o que vai fazer com que as coisas mudem é o próprio cidadão. Eu andei vendo umas frases muito legais ultimamente: #boratrabalhar; #chegadefalar. Acho que é por aí mesmo. As pessoas ficam muito no discurso, se pegando no desconstruir e não no construir. Hoje é muito fácil bater, falar mal, mas é difícil ver grupos de pessoas que fazem, agem e constroem alguma coisa boa.

 O que orgulha a senhora nas ações concretizadas até o presente momento?

A prefeitura é um trabalho difícil, árduo, não tem hora, não tem dia, é direto. A cidade não para 365 dias por ano. E precisamos apresentar resultados. Uma coisa que eu dizia durante a campanha era: ” – Eu não aguento mais ver as pessoas irem a Campo Bom tirar fotos na praça (risos)”. Hoje eu fico feliz da vida, acompanhando nas redes sociais, o pessoal vindo de fora tirar fotos no Parcão. É o primeiro ano de governo e ter este tipo de resposta é muito gratificante.

A senhora imaginava que fosse um trabalho duro assim?

 Eu imaginava que sim, porque na ACI eu trabalhava com três prefeituras. Eram três prefeitos, três Câmaras de Vereadores, então eu já tinha uma ideia do que seria. O que eu não imaginava, mas fui alertada pelo  Dr Ruy Noronha, que participou de várias administrações, é o desmanche que nós encontramos na prefeitura. Isso eu não esperava. Meu esforço e de todos os secretários durante este ano foi imenso. E aí surge a importância da nossa escolha ter sido técnica, porque só assim pra conseguir colocar as secretarias em funcionamento e nos eixos. Tem muita coisa ainda pra fazer, só neste sentido, de organizar a casa. Imagina o resto. Mas chegaremos lá.

Lá, onde, prefeita?

Novo Hamburgo é uma cidade de ponta, precisa reassumir seu protagonismo. Até agora, nós estamos trabalhando para fechar o ano com o orçamento que recebemos. Assumimos tendo que fazer tudo ao mesmo tempo. Enquanto estávamos nos organizando eu estava tentando, também, recuperar o recurso do BID, que estava perdido. E muitas questões explodindo pela cidade toda. Existem muitos problemas e as pessoas querem respostas. Respostas imediatas, mesmo para situações relegadas a décadas, como os alagamentos, o asfalto que está completamente envelhecido. A gente tapa mil buracos, aí chove e abre dois mil.

A administração está atrelada ao orçamento da gestão passada?

Exatamente. A maioria das pessoas não têm consciência disso. O mesmo se dá quando a Cultura, por exemplo, aplica 30 mil num evento e o pessoal reclama: “Ah, mas com tanto buraco na cidade vai investir nisso?”. São verbas vinculadas, portanto, atreladas aquela pasta. Eu não posso pegar o dinheiro que está numa secretaria e botar no asfalto porque eu quero. Existem regras e leis que precisam ser observadas. Mas daqui pra frente, o trabalho começa a ser diferente.

O que há de novo pela frente?

Deixamos várias licitações prontas em dezembro para que, já nesse inicio de exercício, possamos dar sequência aos trabalhos e não perder meses para organizar as licitações e colocar o processo em marcha. Fizemos um planejamento pra isso. Também é necessário que o município tenha um aumento de receita. Durante muito tempo nós perdemos empresas e a nossa receita precisa ser ampliada para que possamos suprir as necessidades e ter recursos para investir no desenvolvimento. Isto já está acontecendo com os movimentos que fizemos para atrair novas empresas e com um novo modelo econômico. O CIT, que é o Centro de Inovação Tecnológica, será construído no próximo ano e tenho certeza, vai contribuir.

Sobre o Centro da nossa cidade, como  se dará a revitalização?

Através dos recursos do BID que havíamos perdido. Em 8 anos, tínhamos executado apenas 7% do projeto e isso fez com que o Banco rescindisse o contrato. Tivemos quatro meses de trabalho para recuperá-lo e foi o primeiro caso do banco na sua história. Por isso, fui convidada para palestrar em Washington, no Fórum de Prefeitos da América Latina, o que me deixou muito satisfeita. Se não tivéssemos conseguido reverter isso, Novo Hamburgo estaria na lista negra do Banco Interamericano de Desenvolvimento e não conseguiríamos mais recursos através dele. Sem falar que isso se espalha entre outros bancos internacionais, então, veja a dificuldade que estaríamos criando para nós no futuro.

Quando começa a revitalização?

Nossa intenção é tocar este processo  já a partir desse mês e iniciar as obras até o meio do ano. Tudo vai depender do andamento das coisas, mas este é o nosso cronograma. Queremos fazer tudo o mais rápido possível, porque a intervenção é grande e temos ali uma área de comércio. Então, quando começarmos os trabalhos, é importante que haja o entendimento sobre a sua importância. Vai ser muito bom para os comerciantes, porque o centro vai ficar bonito, toda a praça do Imigrante será revitalizada, as vias do entorno, a parte das calçadas, o calçadão, o paradão, a parte elétrica. Tudo isso vai ser feito novo. Teremos um café, as bancas serão melhoradas, a praça vai ganhar um chafariz. Onde fica o terminal turístico hoje, teremos um ponto da Guarda Municipal, melhorando a segurança do centro. A otimização da rede elétrica vai acabar com a poluição visual que se percebe hoje.

A revitalização contempla todas as vias do entorno da praça?

Sim. Todas as calçadas serão trocadas e padronizadas com a linguagem universal de acessibilidade. Vai ter o piso tátil para deficientes visuais, acessibilidade para deficientes físicos, sinaleiras com alerta sonoro, sinalização para os pedestres fazerem o cruzamento das vias.

Sua trajetória profissional tem ajudado no trabalho à frente da prefeitura?

O fato de ter sido presidente da Associação Comercial e Industrial por cinco anos e a formação como arquiteta e urbanista têm auxiliado bastante. E meu amor pela cidade também, pois eu nasci e cresci aqui. À frente da ACI, desenvolvi um pouco mais o aspecto da gestão. Ao mesmo tempo, minha visão de arquiteta e urbanista cria possibilidade de ver a cidade no todo. Não só a infraestrutura, mas as questões sociais também, as necessidades mais banais e até situações relativas à valorização imobiliária, por exemplo, que é a tua área. Acho que isto é crucial.

 

 

 

Bombeiros Voluntários

Uma ação que reaproxima Novo Hamburgo das suas raízes de cooperar para se desenvolver.

Na entrevista que fiz com a prefeita Fatima Daudt para a coluna É Negócio? da edição de final de ano da revista Expansão, um dos seus comentários foi sobre o caráter associativo que sempre diferenciou a comunidade hamburguense e ajudou a cidade a crescer. Pois mais uma destas experiências transformadoras está incubada e em franca expansão, agora dentro do Corpo de Bombeiros. A ideia tem tudo para vingar e contribuir na segurança coletiva, na prestação de serviços da instituição e no estímulo para que mais pessoas se envolvam e busquem soluções resolutivas para nossa cidade. Se somos Novo Hamburgo, queremos um lugar melhor para viver e criar nossos filhos, precisamos nos envolver e fazer que isso aconteça. Conversei com o Capitão Sório, que é o Comandante da Segunda Cia do 2º Batalhão de Bombeiros Militar, sobre esta iniciativa.

Capitão Sório, explique qual é a ideia do bombeiro voluntário. É um movimento do Corpo de Bombeiros?

É um projeto da corporação local. É um plano piloto para que nosso comandante regional possa perceber virtudes na iniciativa e comprar a ideia. Tem algumas regiões no estado onde se aceita muito bem a colaboração voluntária. Aqui no Vale do Sinos nós temos isso. Pessoas que se dispõe a trabalhar nos seus horários de folga e se envolver em projetos que visam o bem coletivo.

Mas de que forma os voluntários podem ajudar? 

O voluntário não vai substituir o bombeiro militar, claro. Ele não tem preparo, nem o poder delegado pelo governo para executar certas tarefas, fiscalizar. Não tem o conhecimento técnico para fazer ou assinar um PPCI, por exemplo. Mas precisamos de pessoal para controle, que não esteja na frente de combate com uma mangueira na mão. É fundamental ter alguém avaliando o cenário, para certificar que não vai cair uma viga em cima do bombeiro, verificar se o fogo não está se alastrando para a construção ao lado, se o ataque de água está sendo suficiente, se é necessário usar espuma. Por isso, quanto mais pessoas eu tenho na guarnição, mais segurança nós teremos e mais eficiência nas ações.

O senhor comentou que algumas cidades vizinhas já contam com esse reforço, certo?

Campo Bom, Estância Velha, Ivoti e Dois Irmãos já têm voluntários e estamos querendo trazer para Novo Hamburgo essa experiência. Importante que se diga que não fomos buscar voluntários de forma aleatória, não colocamos na imprensa, porque é uma responsabilidade grande e é o nome da corporação que está em jogo também. Procuramos grandes empresas e explicamos o porquê da importância de uma parceria. É bom para empresa, que vai ter um bombeiro trabalhando lá, com curso de bombeiro, que conhece nossa operação, tem a nossa doutrina. Além de trabalhar como técnico de segurança saberá como agir em situações de emergência, o que é crucial. Para o funcionário a relação também é valiosa, porque ele se torna uma peça estratégica para a empresa. E para nós, porque temos um voluntário mais qualificado, pela proximidade que tem das situações que irá enfrentar. E caso a referida empresa tenha uma emergência, ele saberá onde estão os equipamentos, os geradores, o abastecimento hidráulico, com que tipo de químicos a empresa trabalha e o que precisa fazer… O tempo de resposta reduz muito, aumentando as chances de sucesso da operação.

E verba para essa empreitada, vocês têm? Porque no nosso outro encontro o senhor falou das dificuldades, que não são poucas.

É verdade, e mesmo sendo serviço voluntário, existem custos. Tudo tem custo. Então, estamos conversando com ACI, CDL, Sindilojas, Sinduscom e outros parceiros para pagar a alimentação, o EPI, a farda cinza… Nós estamos nos preparando para um próximo curso, que está programado para março e para toda a região, não apenas Novo Hamburgo, onde também serão aceitos cadeirantes, para nos auxiliar na sala de operações. Por telefone, eles darão dicas de como desafogar uma criança que está engasgada, como fazer uma massagem cardíaca. Muitas vezes não dá tempo da viatura chegar, precisamos agilidade total para salvar uma vida. Eles farão ainda o despacho de viaturas, se informarão sobre produtos perigosos do local de atendimento para chamar os apoios adequados, enfim, vão trabalhar no cérebro da corporação.

Como será feita a seleção?

Com muito critério, pois é o nome da corporação que está em jogo. E também não adianta eu ter alguém aqui pra ajudar, mas presta um mau atendimento telefônico, ou que não seja idôneo. Então, primeiro será feita uma seleção de nomes ilibados. A segunda fase é para avaliação física, com testes de corrida, abdominais e os exames médicos para esforço físico. Os que passarem nesta peneira estarão aptas ao curso, que terá duração de três finais de semana, de sexta a domingo.

E o Natal Solidário. Como foi esta ação?

Montamos um ponto de coleta aqui na corporação e recebemos uma quantidade de produtos como brinquedos, balas, chocolates, panetones, fraldas geriátricas e encaminhamos para as entidades assistenciais com o propósito de melhorar o Natal de pessoas que precisam do olhar do outro, do nosso olhar e do nosso carinho. A gente foi até essas entidades, organizamos uma palestra sobre cuidados diversos com a preservação da vida e depois distribuímos os presentes. São ações sociais que têm sempre uma ótima receptividade e nos deixam, também, muito felizes. Fizemos atividades no Lar São Vicente, na LEME e APAE/NH e, também, ações no bairro Santo Afonso e na Vila Palmeira.

 

 

 

 

 

 

 

2018 metros quadrados e a vizinha da frente chama-se felicidade

Não é lá uma área muito grande, mas… É dos sonhos. De manhãzinha, a luz vai entrando sorrateira pelas janelas da cozinha, caminhando pelos cômodos devagar como uma senhora que abre as cortinas para desvendar o céu, o sol e as árvores que balançam seus galhos dando bom dia. Ali perto das sombras, ao final do tapete de grama verde e farta, protegido pelas folhas e pelos galhos fortes e tesos, o riacho corre fazendo das pedras instrumentos musicais. Ouve a música? Sente o cheirinho de café e pão fresco no ar? Banho tomado, cabelos perfumados, frutas frescas no cesto de palha sobre a mesa. Que beleza de vida. E não é ilusão, não. Este é apenas um lugar onde você pode levar a sua vida para morar. Ou passar um tempo. Os 2018 anos do mundo são uma oportunidade imperdível de 365 dias para viver a vida de verdade. No lugar que você quer, com quem você quiser e do jeito que você sonha. Feliz Ano Novo.

 

Qual é a sua praia?

Investir no litoral tem seus encantos e desencantos

Vem chegando o verão e quase todos nós voltamos nosso pensamento para a praia. Também pudera. É muito bom tirar umas férias na beira do mar, mudar de horários, de hábitos, se estirar na areia sob o sol, com a cabeça cheia apenas de vento. Mas muita gente me pergunta o seguinte: é negócio ter casa na praia? Lembro que na década de 70/80, quando o calçado estava em alta, os hamburguenses viam com bons olhos ter casa na praia. Até porque, naquele tempo, as mulheres não estavam tão envolvidas com o mercado de trabalho como agora e, logo após o Natal, saíam com os filhos para a praia para só retornar no início das aulas. Sem dúvida, ter uma casa no litoral era tudo de bom. Não é mais? Depende, pois tudo na vida tem dois lados. Um imóvel de veraneio é um bom negócio sim, desde que esteja de acordo com as características culturais e comportamentais do indivíduo ou grupo familiar. Por exemplo, para aquelas famílias à la italiana, como a do filme Casamento Grego em que avôs e avós, tios e tias, primos e primas, sobrinhos e sobrinhas, filhos e filhas, netos e netas, cachorros, papagaios, todos participam e gostam de estar sempre juntos o investimento vale. Não dá para reunir facilmente a turma toda num resort na Bahia. Quanto custaria só o transporte? Para as pessoas que não gostam de sair da rotina, desbravar o mundo, enfrentar aeroportos, traslados e todo tipo de surpresas que vêm agregadas ao “pacote de viagem” seguir para a velha e boa casa de praia também é mais jogo.

Há que se considerar, entretanto, que existem aborrecimentos: depredações feitas por vândalos, por frequentadores ou locatários; manutenção constante nos jardins e nos sistemas de elétrica e hidráulica, despesas mensais com IPTU e condomínio, além da conservação e limpeza permanente. Ou seja, tem que usar o imóvel para valer e, importantíssimo, escolher algo adequado ao seu perfil. Não gosta de cuidar do jardim? Opte por um apartamento. Não quer se aborrecer com manutenção tão cedo? Escolha um imóvel novo ou reformado. Por outro lado, há quem afirme fervorosamente que ter um imóvel na praia é um verdadeiro pesadelo. “Duas alegrias, uma quando se compra e outra quando se vende”, diria um cliente e amigo meu, que prefere viajar o Brasil e, de preferência, não repetir a mesma praia. É um ponto de vista e, novamente, fica evidente a importância de pensar bem e avaliar o que lhe traz mais compensação emocional e física. Para alguns, vale mais a pena pegar o dinheiro (referente ao valor do imóvel) e investir, pois com os rendimentos dá para viajar e se hospedar bem, além de não ter as preocupações que comentei. Essa conta fecha para uma família pequena, de casal sem filhos, ou com no máximo um filho. O principal nesta decisão é o seguinte: não faça negócios “emocionado”! Pare e pense. Faça contas e as confira repetidamente! E se a matemática fechar… faça bom proveito do seu imóvel na praia.

 

Concerto de Natal

Mais uma ação bacana de Novo Hamburgo que a comunidade deve prestigiar

Agende-se para um momento cultural de muita emoção e entrega pessoal. Dia 3 de dezembro, um domingo, o projeto Comunitário Movimento Coral Feevale, que integra mais de 170 cantores da comunidade e a Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH) apresentarão um concerto com músicas alusivas ao Natal. É um evento já consolidado, que proporciona momentos de encanto e emoção. Portanto, não se demore para buscar seu ingresso, que é gratuito e serão distribuídos a partir do dia 27 de novembro, na bilheteria do Teatro Feevale, localizada na ERS-239, nº 2755, e na bilheteria do Bourbon Shopping NH. Serão disponibilizados até dois ingressos por pessoa.

COLABORE COM O BANCO DE ALIMENTOS!

Todos sabemos que muitos dos nossos concidadãos passam por dificuldades enormes e precisam da ajuda dos seus semelhantes até para se alimentar adequadamente. Por isso a organização está solicitando que seja doado 1kg de alimento por ingresso. É uma atitude humanitária, num momento em que nossos corações precisam dar e receber amor para que possam se fortalecer para a continuidade da jornada. Faça um bem pelo próximo e por si próprio. Assista o espetáculo e ajude o Banco de Alimentos. Se nos juntarmos nestas ações legais, tudo vai melhorando para todos. E a cidade vai ficar cada vez mais com a nossa cara. Afinal, somos todos Novo Hamburgo.

 

 

Bate papo com o Dr. Jefferson Escobar, médico psiquiatra, sobre o tema “Como os millenials podem impactar o mercado de imóveis nos próximos anos”

 Dr. Jefferson Escobar – Psiquiatra

“MEUS PAIS ME DEIXARAM UM MAUSOLÉU”

Comprar, vender, trocar de casa ou apartamento continuará fazendo parte da vida das pessoas. Mas como será a relação das novas gerações com este investimento que é necessidade e reserva patrimonial ao mesmo tempo? Se tudo está se metamorfoseando, certamente os negócios imobiliários também sofrerão mudanças, visto que já são outros os cenários, os contextos, as percepções e o modo de vida da população. Estamos no meio do caminho na transição entre os antigos e os futuros proprietários do mundo e, do ponto em que nos encontramos podemos, no máximo, fazer algumas projeções a partir dos perfis comportamentais, por exemplo. O que não é pouca coisa. Tampouco é simples. Por isso, procurei o Dr. Jefferson Escobar, psiquiatra com longa trajetória profissional em Novo Hamburgo, para um bate-papo sobre o assunto. A seguir, alguns norteadores.

É possível imaginar o futuro da relação das pessoas com os imóveis a partir de uma perspectiva psicossocial?

Nós vivemos num mundo em que o aparentar ter significa muito. Demonstrar que tens condições de morar no endereço tal preenche muitas pessoas de uma maneira bastante significativa e elas acabam apresentando aquilo como um cartão de visitas da sua história. Não de quem são, mas daquilo que elas têm. Isto vem se reforçando junto às novas gerações. O prazer imediato é muito disseminado, e fica mais claro ainda quando se observa o abuso de drogas, o físico muito valorizado, a anorexia nervosa, a vigorexia se espalhando, um abuso de hormônios esteroides. São sinais bastante preocupantes. Muitas pessoas consideram que vale mais a casca do que a essência.

Casarões e apartamentos grandiosos ainda serão sonho de consumo?

É difícil afirmar algo neste sentido, mas esta é uma realidade bem brasileira e bem hamburguense também. Ainda que não necessitem de uma casa com dez dormitórios, as pessoas acabam utilizando isso como uma coisa narcísica, de mostrar para o outro que está em condições de manter aquela estrutura palaciana. Na nossa região a gente percebe muito isso. Guardadas as proporções, é mais difícil o mercado imobiliário daqui absorver um apartamento de 30,00 m² do que um de 200,00 m², não é? Em São Paulo, em Paris e em outras grandes cidades do mundo já é inviável. O investimento por metro quadrado nestas metrópoles é muito alto, mas não é o único fator determinante. Tem a questão da autoafirmação. Em São Paulo, tenho um casal de amigos que reside num apartamento de 40,00 m², 1 dormitório, mais uma sala extremamente confortável, com toda tecnologia que tu possas imaginar, uma cozinha gourmet com alta tecnologia… Vivem felizes assim.

A cultura germânica hamburguense influencia o modo de vida? Ter um imóvel, pra eles, sempre foi importante…

Ter um imóvel, acredito, continuará sendo importante não apenas para os descendentes de alemães. As pessoas precisam morar. Mas precisam viver conforme suas condições. Eu fui herdeiro de um mausoléu. A casa que os meus pais me deixaram de herança era muito maior do que a minha família necessitava e que podia administrar. Acabamos nos mudando, após uma pesquisa em várias regiões da cidade, para um prédio antigo, mais com a nossa cara. Não tenho a necessidade de mostrar, temos outras prioridades na nossa vida familiar. Claro, cada um obedecendo aos seus critérios, seus desejos, suas convicções. O que me referi antes foi em relação a necessidade de mostrar o que se tem para ser alguém. E a vida não pode ser assim.

Olhando para a geração dos teus pais, a dos adultos de hoje e a dos millenials, quais as diferenças?

Nós saímos de uma sociedade patriarcal, onde o pai era o provedor da casa, a mãe não tinha muita voz ativa, não tinha um papel econômico significativo. A geração dos baby boomers, que vai da segunda guerra até 1964. Depois vem a geração X, onde estes pais começam a perder seu emprego, geralmente em grandes corporações e passam a ter uma condição financeira menos favorável. Há um aumento do consumo e as mulheres precisam sair para trabalhar e, assim, ajudar a manter a família e aquela estrutura social proposta. A mulher começa a ser muito mais independente. Vem o advento da pílula anticoncepcional e ela passa a definir se quer ou não quer ter filhos.

O homem e a mulher passam a dividir o papel financeiro…

Exatamente. A família passa a se dividir entre quem provinha e quem não provinha, cabendo ao homem, ainda, um papel um pouco maior, mas com a mulher já tendo uma grande participação nesta nova estrutura. O mundo passa por transformações e o eixo de consumo muda. Esse casal que cuidava dos filhos passa a responsabilidade para outros cuidadores. E ao mesmo tempo desvaloriza esses cuidadores. A escola, que deveria ter um papel importante fica aprisionada. Cria-se uma consciência de que “se eu não consigo dar limites aos meus filhos, então a escola também não pode ter esse poder”.

Explique um pouco melhor Dr Jefferson.

Passamos de uma sociedade patriarcal para uma sociedade fraternal. O pai não olha mais para o filho de cima para baixo, com superioridade. Ele praticamente iguala os dois e isso é temerário, assustador inclusive para os pais. A criança e o adolescente precisam de limites, precisam do abraço, da orientação de quais caminhos podem seguir ou não, e isso a gente perdeu muito. Aí vem a culpa, que está na base da sociedade judaico-cristã. Os pais saem de casa, vão pro mundo resolver suas vidas e acham que abandonaram os filhos. Tentam, então, suprir esta ausência com presentes, jogos eletrônicos, panaceias, ao invés do carinho, do afeto e da educação. Não trabalham mais com a qualidade das relações, mas a quantidade dos bens. Estas mudanças sutis fizeram uma alteração enorme na sociedade e daí surge o errôneo pensamento do tipo: “- Bem, eu me separei da tua mãe, então, vou te dar um apartamento.

Sendo direto e reto: o “ter” ficou muito fácil e o “ser” se perdeu por aí?

Não simplificaria tanto, mas há muita verdade aí. Nossos jovens não têm mais desejo. Antes de desejarem alguma coisa, aquilo já acontece. As gerações X, Y e Z das classes B, C pra cima, digamos assim, foram extremamente protegidas. A Y vai começar a consumir o mercado imobiliário agora. Eles preferem ficar cada um no seu casulo, jogando online com os mesmos amigos que poderiam estar lá com eles, ao vivo, trocando experiências. As relações são todas muito virtuais. Dá-se uma nota pelo Uber, uma nota pelo restaurante… Se a pessoa está irada pode dar uma nota baixa e comprometer o outro, então, as relações estão fragmentada. Frente a frente, olho no olho, você pode dizer algo que o outro não gosta, mas pela expressão, pela leitura corporal é possível compreender que “Opa!, pisei na bola”. Essas gerações não têm isso. A Y é uma intermediária, a Z não tem quase nada disso e a Alfa muito menos.

O que deveria ser levado em conta na escolha de um imóvel, na sua opinião?

Mais do que tudo se autoconhecer. E a partir disso, poder se perguntar: eu preciso de uma sala de 40m2 ou de uma sala com uma boa iluminação, com recursos tecnológicos, onde eu possa ver meus filmes, minhas séries, ler meus livros, receber um grupo de amigos? Cada um tem que entender o que é relevante para si. Ter um carrão de luxo ou viajar, fazer um curso de línguas?

Pra encerrar, por que o senhor gosta de viver Novo Hamburgo?

Gosto de morar em NH, porque é uma cidade grande com opções de lazer e perto de cidades interessantes, além de me proporcionar fácil acesso a diversos locais. Além disso, acho uma cidade bonita, que me acolheu profissionalmente. Ainda temos qualidade de vida!

Coisas boas de Novo Hamburgo: Hamburgerberg Fest, no bairro Hamburgo Velho

Precisamos celebrar o que temos de especial, de bonito, de bom na nossa cidade 

A Hamburgerberg Fest é daqueles momentos  especiais na vida de uma comunidade. A festa faz um resgate singelo da nossa história, no bairro onde os imigrantes alemães formaram o principal núcleo de colonização germânica em Novo Hamburgo: nosso espetacular e querido Hamburgo Velho, que foi batizado de Hamburger Berg, ou Morro dos Hamburgueses. Era ali que acontecia a vida social dos colonos naquela época.

A Hamburgerberg Fest é iniciativa de um grupo de pessoas que vêm se esmerando e trabalhando no sentido de valorizar o bairro Hamburgo Velho, suas belezas, suas vozes e seu futuro. O grupo existe há anos e é um exemplo que poderia ser reproduzido em outros bairros, que também têm suas vocações e podem, cada um, tornar-se núcleo de iniciativas transformadoras, social e economicamente. 

Dia 25 e 26 de novembro, agende-se para a Hamburgerberg Fest. Com a família ou com os amigos, vale a pena curtir a festa, as comidas, as bebidas, o visual e a alegria da galera. E, quem sabe, se inspirar para valorizar outras características nossas. Afinal, somos todos Novo Hamburgo e se queremos uma cidade melhor para nós, temos que seguir os passos dos colonizadores e fazer o que precisa ser feito. Boa festa. Nos encontramos lá.

Novo Hamburgo – a cidade que se quer e a cidade que se tem

Os dois lados da moeda pesam no desenvolvimento social e econômico

 

É verdade que nossas alternativas de moradia nem sempre dependem única e exclusivamente do querer ou do poder. O trabalho, o estudo ou um amor pode nos levar para lá ou para cá. Nos manter em Novo Hamburgo ou nos endereçar a qualquer outro lugar. Mas a partir daí, nos apossamos de um espaço, passamos a fazer parte de uma comunidade e nos envolvemos com os benefícios e as deficiências do local. Existe, entretanto, uma premissa fundamental neste contexto: as cidades são formadas por pessoas e, dependendo do que este conjunto social almeja para o seu futuro é que se erguem escolas ou pontos de tráfico, hospitais ou bolsões de miséria, parques ou lixões a céu aberto, pra ficar em exemplos bem básicos. E você pode dizer, simplista. Mas é assim que é. O progresso não acontece, ele precisa ser construído. Isto é fato.

Novo Hamburgo e o Vale dos Sinos foram colonizados por imigrantes europeus que afetaram positivamente a história e o modo de vida da região. Os habitantes da região, nativos ou não, compactuam de um projeto existêncial com bases na dignidade, educação, saúde, segurança, enfim, estão cientes sobre quais pilares querem construir seus sonhos. Esta consciência coletiva gera as pré-condições para um círculo virtuoso que estimula o crescimento e o desenvolvimento social e econômico.

NOVO HAMBURGO NO ESPELHO

Como profissional do ramo imobiliário, senti uma necessidade profunda de ampliar minha visão sobre Novo Hamburgo quando percebi que a recessão em que havíamos mais uma vez nos metido, não seria debelada tão facilmente. Os negócios do setor foram afetados seriamente e eu precisava entender o mercado a partir daí. Óbvio que as coisas não seriam mais como eram, ao menos temporariamente. Foi em 2016 que resolvi ir a campo para averiguar “in loco” como a população de alguns dos principais bairros de Novo Hamburgo estavam percebendo o lugar onde viviam, saber o que estavam planejando seus moradores e o que esperavam da administração municipal – que estava prestes a ser continuada ou descontinuada pela eleição que se avizinhava. Confesso que foi uma grande satisfação realizar esta pesquisa, que me consumiu horas e horas e deu um trabalhão para compilar e interpretar. Afinal, não sou um estudioso de mercado, nem pretendia dar ares científicos à tarefa. Sou, tão somente, um consultor que trabalha com compra, venda e intermediação de imóveis, mas que necessita ter domínio e total clareza sobre os cenários que definem os rumos do segmento. Surpresas e mais surpresas brotaram dessa imersão.

A MAIORIA DAS PESSOAS GOSTA DO BAIRRO ONDE MORA

 

Este foi um dado que chamou muita atenção: dos 20 bairros trabalhados, na média, 50% das pessoas consultadas gostam de onde moram. Em muitos locais a régua sobe a 60% e até 70%. Nestes casos, se mudassem de endereço seria para um imóvel melhor, mais confortável, melhor localizado dentro do bairro, mas a preferência seria manter-se nas imediações, próximo a outros familiares, vizinhos e amigos. Se existe a possibilidade de um grande salto de qualidade de vida, aí, obviamente, os bairros mais nobres e próximos ao centro da cidade sobem na preferência dos entrevistados.

SEGURANÇA É UMA PREOCUPAÇÃO QUE APARECE EM TODA A CIDADE

 

Isto não chega a ser novidade, não é mesmo? Nem, tampouco é uma particularidade de Novo Hamburgo. Existem bairros onde a preocupação com a segurança é maior, ou altíssima, beirando os 80% de citações. Em outros, nem tanto, mas ela aparece em todos, quase sempre como uma das áreas mais relevantes. Na entrevista que fiz com o General Roberto Jungthon, Secretário de Segurança de Novo Hamburgo, publicada na edição de maio da Revista Expansão, ele afirmou que estão trabalhando sobre três eixos: governança e gestão, integração e parcerias e tecnologia e inovação. Ou seja, a população tem suas preocupações, mas a administração do município também as tem e está buscando as formas mais eficazes de trazer de volta a paz que todos nós sonhamos. Estamos na torcida.

LIMPEZA, URBANIZAÇÃO ÁREAS DE LAZER. FAZ PARTE DA CIVILIDADE 

 

Novo Hamburgo deseja para si um padrão de vida de primeiro mundo. Ou o mais próximo possível disso. Já experimentamos situação semelhante em outros tempos e a população compreende que isto é o melhor para todos. Com saúde, educação, segurança vem o resto. Ganha o indivíduo, valoriza-se a cidade e tudo que a compõe: começando pelos imóveis. Aliás, cabe salientar, o segmento imobiliário, logo atrás do automobilístico, sinaliza a saída de um país da crise. Devagarinho, estes dois segmentos começam a dar sinais de reativação. E a boa nova para os cidadãos de Novo Hamburgo foi a recente conquista dos recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento que, de acordo com a nossa Secretária de Desenvolvimento Urbano, Roberta Gomes de Oliveira, possibilitará investimentos que farão a população resgatar o amor pela cidade. O Parcão já foi entregue e é um sucesso. Que possamos, realmente, nos sentir em casa na nossa bela Novo Hamburgo.

 

Heróis ou burocratas?

Quando se arriscam para salvar vidas, aplausos. Quando tentam prevenir o infortúnio ficam sob fogo cruzado

Cresci passando em frente à torre que existe até hoje na Guarnição do Corpo de Bombeiros. Como haviam poucos edifícios em Novo Hamburgo naquela época, a altura me impressionava. A imponência do prédio tinha, obviamente, uma explicação. Com vista de 360º possibilitava visualizar a cidade e identificar possíveis incêndios. Eu ficava imaginando a destreza dos soldados deslizando na coluna de metal quando acionados para atender um sinistro. E admirava, como todo mundo, aqueles verdadeiros heróis. Neste papel, continuam sendo sempre heróis. Mas esta imagem tem sido ofuscada, principalmente no mercado da construção civil, desde que a prevenção passou a ser, cada vez mais, uma exigência do mundo moderno. Muitos colegas, empresários, engenheiros, arquitetos e gente como a gente reclamam de dificuldades e entraves impostos pelos Bombeiros quando o que mais precisam é de agilidade. Da necessidade do Alvará para instalar uma empresa, a entrega de uma obra ou início de um novo negócio, todos têm uma história para contar da peregrinação para conseguir atender às exigências, fazendo o contribuinte gastar mais e ver seu cronograma comprometido. Será?

Fui ouvir o lado deles. O Capitão Sório que é o Comandante da Segunda Cia do 2º Batalhão de Bombeiros Militar diz que não é bem assim e afirma:

“SE DISSEREM QUE UM PROJETO ESTÁ HÁ MAIS DE 2 MESES AQUI, BUSQUE SABER MAIS. PARADO AQUI, NÃO!”  

No meio imobiliário, as queixas com os Bombeiros são muitas. Por quê?

Houve um tempo em que, realmente, era deficitário o atendimento de muitas demandas do setor imobiliário. Burocracia, sistemas ultrapassados de gestão, falta de apoio, muitas coisas ajudavam a tirar agilidade dos processos. Somos os responsáveis e assinamos os projetos de 5 municípios: Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha, Ivoti e Dois Irmãos. Nós tínhamos prazos muito ruins em função de tudo isso. Seis, sete, oito meses… Atualmente, conseguimos, com efetivo menor e maior organização, obedecer aos prazos legais. São 30 dias para análise e 30 para inspeção.

Existem prioridades para os Bombeiros?

Antes tudo era prioridade. A lei KISS (14.376) ajudou a mudar este quadro, pois estabelece que não cabe uma escola ficar esperando para iniciar um ano letivo, um hospital ou UTI ficar parado com as pessoas doentes precisando… Esses casos têm prioridade, mas são pontuais. Não tem hospital sendo feito todo dia. Portanto, a fila tem que andar e, para cumprir nossas metas, mudamos a forma de fazer. Hoje, a análise de casos menos complexos são enviadas para as corporações das cidades menores que estão sob nosso comando. Os colegas fazem este trabalho e agilizam os procedimentos pra gente. Os casos mais complexos são feitos e analisados aqui.

O que é mais complexo?

Prédios multifamiliares, estabelecimentos comerciais, indústrias. Um depósito de pedras, com certeza, não tem a mesma exigência que uma boate. O PPCI depende muito do tipo de ocupação para ser liberado e obedece duas fases que vão determinar a emissão do Alvará. A primeira fase é cartorial: o engenheiro traz a planta, todo o projeto elétrico, equipamentos de prevenção que serão instalados e todos os documentos atinentes àquele prédio. Fazemos a análise de tudo isso para assegurar o cumprimento das exigências e, então, emite-se – ou não – o certificado de conformidade. A segunda fase inicia-se depois que prefeitura fez a vistoria de sua responsabilidade e quando  somos informados de que tudo o que estava na planta foi cumprido e está realizado. Aí vamos inspecionar e confirmar as condições das saídas, distâncias a serem percorridas, extintores, escadas, corrimões, todos os sistemas de segurança. É importante destacar que este pedido de inspeção é formal, a gente precisa receber esta solicitação, não podemos adivinhar. A partir daí é emitido o Alvará. Não tem mistério, é só fazer a coisa certa.

O que mudou?

Uma grande indústria entrava na fila junto com a barbearia do Zé. Claro que a análise da barbearia é menos complexa, mas era o sistema de funcionamento, com processos e mais processos para análise documental. Em novembro de 2016 implantamos a liberação online para empreendimentos de baixo risco. Agora, entraram também os de risco médio, estabelecimentos com metragem de até 750 metros que não apresentam perigo muito grande. Passamos a ter condições de dar mais atenção àqueles projetos onde há risco maior para a população. Isto nos deu um fôlego para fiscalizar o que realmente é importante, complexo.

NOSSO MAIOR BEM É O EFETIVO, PODEM  ACREDITAR

Onde estão os gargalos, então?

Certamente, não mais aqui. Tem muito responsável técnico que não tem a qualificação necessária. Inclui nos projetos itens que para nós não são necessários ou que trabalha com especificações erradas. O Corpo de Bombeiros ratifica: colocar os degraus conforme ART tal. Aí ele vai lá e faz errado de novo. Estou dando um exemplo. Isso acontece muito. Outras vezes, o interessado atrasa ou o processo está trancado na empresa de prevenção e alegam que está parado no Corpo de Bombeiros. Não, não está. Hoje você pode ligar para cá ou até mesmo vir aqui e comprovar. Pode descobrir, por exemplo, que uma notificação foi enviada para correção no mês de janeiro e, passados 60 dias ou mais, não houve retorno. A culpa é de quem?

O processo pode ser acompanhado pelo interessado, então?

Quando você protocola seu projeto junto ao Corpo de Bombeiros recebe uma chave de acesso e pode acompanhar online o andamento do seu processo. Uma dica: quando disserem que um projeto está há mais de 2 meses aqui, alguma coisa errada tem. Por que aqui não fica parado, isto eu afirmo categoricamente. Acontece, e é rotineiro, coisas como colocar um vaso ou um cadeado na saída de emergência. O responsável é notificado para desobstruir a saída, porque construiu em desacordo com aquilo que, na primeira fase, foi autorizado. Mas resolveu construir totalmente diferente. Aí não tem como aprovar.

Me explica a taxa de incêndio e nossos caminhões abandonados na rua

A taxa de incêndio, que se não estou enganado é 2% do IPTU, nós estamos negociando um acerto com a prefeitura para que seja repassada ao menos uma parte, que ajudaria a resolver problemas graves.. A população acha que vem para os Bombeiros, mas não. Temos o Funrebon, que é um valor produzido pelas taxas das inspeções, alvarás… A taxa de incêndio, não. As dificuldades são tamanhas que eu tenho até uma parte interditada aqui no quartel. E, sim, nossos caminhões ficam no relento, há muito tempo, num terreno emprestado. Mas, apesar dos pesares, a população de Novo Hamburgo conta com uma tropa altamente qualificada. A maioria dos nossos soldados tem curso superior em educação física, enfermagem, direito, administração… Um soldado intelectualizado presta um serviço muito mais qualificado. Escreve uma notificação melhor, interpreta melhor a lei, sabe explicar melhor. Nosso maior bem é o efetivo, podem acreditar.

A insatisfação não condiz com a realidade, então?

As percepções custam a mudar. Quem enfrentou problemas antes desconhece a nova realidade. Por isso, agradeço a oportunidade de manifestar-me em nome da corporação. Também gostaria de dizer que sou daqui, minha família e meus amigos são daqui. Estou em casa, o que aumenta minha responsabilidade com o trabalho. Moro na cidade, convivo com as dificuldades e com o dia a dia do município e da região. Podem contar comigo e com nossa corporação.

 

MICHAEL SCHUMACHER E A ESTRADA DA VIDA

A história do piloto que nos faz refletir sobre autoproteção e patrimônio imobiliário.

O próximo segundo é uma incógnita para todos nós. Por mais que tenhamos sonhos, que trabalhemos duro para alcançar nossos objetivos, o futuro a Deus pertence e ninguém sabe do amanhã, do que está nos aguardando após a próxima curva. O caso do supercampeão Michael Schumacher é emblemático. Com seu talento e profissionalismo conquistou o topo na carreira, mas foi surpreendido pelo inesperado num momento de lazer, esquiando em Méribel, na França. Sete vezes campeão mundial de F1, o ex-piloto alemão teve um trauma grave ao bater a cabeça em uma pedra e, a partir daquele momento, não pode mais decidir nada sobre sua vida. Nada! Esta recordação triste acendeu uma luz amarela na minha cabeça. Por isso, busquei esclarecer alguns procedimentos legais de segurança com Flávio Fischer, advogado e tabelião – 1º Tabelionato de Notas e Protestos de Novo Hamburgo,  Tabelionato Fischer – reconhecido por mais de 40 anos de atividade profissional e intelectual, que gentilmente me recebeu para elucidar pontos da complexa relação entre vida e patrimônio.  

Todos corremos o risco de sofrer um acidente ou ser acometido por uma doença que nos impeça de dirigir a própria vida. O que acontece? 

Você fica à mercê, como Schumacher ficou. Alguém vai decidir no seu lugar. Mas certamente ele, que corria riscos na profissão, não ignorou possibilidades, se preveniu. Imagino isso, pois é o lógico num perfil como o dele. Alguém no seu lugar, entretanto, pode pensar diferente, achar que não vale a pena uma vida como a que ele está tendo, mesmo cercado dos melhores e mais evoluídos recursos. Esta pessoa pode deixar isto definido e ninguém muda. Só ela mesma. Pra isso, precisa estar no pleno domínio das suas faculdades mentais e dispor de R$ 78,66! 

Por que é tão pouco utilizado? Será que as pessoas imaginam que este tipo de proteção seja um processo complexo e dispendioso? 

A maioria das pessoas desconhece, portanto, não sabe que é simples e viável para qualquer um. Este procedimento chama-se DAV – Diretivas Antecipadas de Vontade – ou Testamento Vital, um termo do qual eu, particularmente, não gosto. São determinações para serem cumpridas em vida, caso a pessoa fique impossibilitada, mesmo que temporariamente, de manifestar a própria vontade, dar procuração, tomar alguma providência. Um sujeito que vive da renda de imóveis, por exemplo, que lida pessoalmente com os negócios, toma as decisões… Se tem um AVC, sofre um atropelamento e fica impedido, o que deve ser feito? Se ele não definiu, os familiares ou o administrador fazem o que acham que devem fazer. Ou, pior. O que quiserem fazer. 

Suponhamos que boa parte do meu patrimônio seja constituído por imóveis e acontece um infortúnio assim. O que o DAV me garante? 

Você é que se garante através do DAV, define o que deverá ser feito num caso desses, estabelece regras que o protegem, inclusive contra um possível mau uso da família. Imagine que a pessoa tenha um filho desajustado, um parente não confiável. Acontece e é muito comum. Já vi e vivenciei tanta coisa, que você não acreditaria. Filhos despejando pais idosos pra ficar com o aluguel da casa, marido querendo esconder descendentes fora do casamento. É a vida, é assim. Aí acontece um troço desses e fica-se à mercê deles? Interesses, tipos humanos, conflitos dissimulados… Há uma infinidade de coisas que a gente não considera, que nem passam pela nossa cabeça quando está tudo em ordem, mas acontecem. E nisso você pode perder tudo aquilo pelo que lutou, sonhou ou planejou para sua vida. Ou mais dramático, num momento de extrema fragilidade, pode não conseguir dispor do que é seu da forma como pretendia, nem mesmo para cuidar da sua saúde e bem estar. 

Fica designada uma pessoa para tomar as decisões? 

Uma pessoa ou mais. Aqueles que forem indicados vão assinar no seu nome, ser seu representante legal. O DAV dá a eles poderes de procuração, que podem ser revogados apenas pelo interessado e mais ninguém. Seguindo no exemplo em que estávamos: a pessoa fica fora do ar, fora da casinha. O plano médico e o SUS não cobrem as necessidades ou não garantem o mínimo para a subsistência nos padrões a que estava acostumada ou que agora se fazem imprescindíveis, como medicação, alimentação ou transporte especial. Mas ela tem imóveis, que não estava cogitando vender, só numa emergência e este é o caso. Quem decide e como? 

Que regras podem ser estabelecidas? 

Aquelas que o interessado julgar necessárias. As reservas podem ser alienadas, por exemplo, com limites ou não, para os cuidados com a saúde até que a situação normalize, se existir esta possibilidade. Ou pode-se estabelecer que o administrador venda os imóveis e faça um fundo para garantir a subsistência, mas não poderá sair queimando patrimônio. No caso que falei antes, do filho desajustado que fica com esta responsabilidade de administrar os bens. Se não houver limites, ele pode torrar um apartamento que vale 1 milhão por 700 mil. Procedimentos médicos também podem ser definidos. Se tenho uma questão de saúde grave, mas não quero passar por procedimentos invasivos ou ficar preso a uma máquina. Caso isto não esteja estipulado, o médico vai seguir as diretrizes do Conselho de Medicina e só. 

Como fica a situação de quem deixou a DAV e, algum tempo, depois vem a falecer?

 Ocorrendo o óbito, passa a valer o testamento convencional, caso ele exista. É outro documento importante, principalmente para quem tem bens, imóveis ou não. E cabe repetir: a DAV são determinações para ser cumpridas em vida. Devemos ter em mente, também, que a DAV não permite a eutanásia, que é a morte antecipada. Apenas garante que ela ocorra de modo natural ou permite o seu retardamento, conforme a vontade da pessoa.  

Para concluir, quais as principais diferenças entre um testamento e a DAV? 

No testamento a pessoa deixa consignada a sua vontade, respeitadas algumas limitações legais, sobre a forma como deseja que seu patrimônio seja dividido após sua morte. Já a DAV tem como objetivo principal a preservação da dignidade da pessoa e do seu corpo, através da nomeação de um representante que vai decidir aquilo que diz respeito ao tratamento médico, à saúde e à vida, enquanto ela persistir. Embora para muitos estes sejam assuntos dos quais é desconfortável falar, sua importância é enorme.