Seu apelido ele gravou na história sobre rodas da cidade. Se tem uma oficina que acompanha a evolução de carros, motos e agora até caminhões, da mecânica à lataria, sendo a mesma referência em serviços há mais de 50 anos em Novo Hamburgo, esta assina Pussuka. Tudo começou com um menino metido que aos 8, 9 anos de idade, via a oficina de um amigo da família como o próprio paraíso. Ficava lá até escurecer.

“Lá em 68 eu trabalhava com o Antônio Ventre e, à noite, eu trabalhava em casa. Depois fui para Ford, de onde saí em 72. Como já tinha a oficina montada, resolvi partir para o meu próprio negócio. Começou muito devagar, muito lento, na casa do pai, lá na rua Anchieta. Depois fomos crescendo e em 1980 vim para cá, onde estou até hoje.”
A Pussuka Mecânica de Automóveis se repete com Samuel, o “Samuca”, seu filho. “Estudava e depois ajudava na oficina.” Samuca também foi se apaixonando pelo negócio, se infiltrando na oficina do pai, querendo dar opiniões. E amava os turbos. Nos finais de semana, Samuca se trancava na oficina buscando se aprimorar. “Quando entrou aqui, ele tinha uma inclinação forte por mecânica, fazia coisas nos carros que ninguém fazia. Como eu.”
“Sempre gostamos de competições. Quando o Samuca era mais novo, competiu com Kart, protótipos. Venceu campeonatos brasileiros, gaúchos. A gente não tinha equipe, éramos somente nós, pai e filho. Lembro que ele descia do carro, baixava o macacão e já se enfiava debaixo do auto ou dentro do motor, procurando maneiras de melhorar desempenho, competitividade.” A produção de protótipos também sempre esteve na história de Pussuka, que atualmente incorporou mais uma especialidade sobre rodas: a customização de motos.
A oficina, hoje, está também no segmento de caminhões. Samuca conta que diversificou porque o mercado muda e o empreendedor precisa acompanhar. Ele diz que Novo Hamburgo tem muitas oficinas, mas eles perceberam que oficinas de pesados eram poucas, embora a cidade tenha muito serviço de logística, por causa da exportação/importação.

Pussuka considera que o bairro São Jorge é um bom lugar para empreender. “O bairro cresceu muito e a nossa rua deve muito ao Bagunça, que atuou junto ao prefeito Foscarini para trazer o calçamento e, mais tarde, o asfalto. Mas acha que falta uma praça, isso melhoraria ainda mais, deixaria o São Jorge mais atrativo. “Aqui não tem lugar para as crianças brincarem… os pais precisam sair do bairro.”
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