
CADA UM NO SEU QUADRADO
Estilo, planos futuros, modo de vida, capacidade financeira entre tantos outros aspectos, definem o nosso morar. Afinal, nem todo mundo pode viver num palácio ou numa cobertura cinematográfica. Além do mais, dá pra reproduzir algumas destas sensações com o auxílio de bons profissionais e das boas ideias disponíveis no mercado, mesmo em ambientes bem mais comedidos. Conforto, tecnologia e design estão hoje muito mais acessíveis e ajudam a tornar lares, escritórios e empresas em locais amigáveis e prazerosos de viver e conviver. Neste contexto, uma parte fundamental é o mobiliário, que transforma 4 paredes em “Lar Doce Lar”.
Vilson Rorato, da Visani Móveis e a arquiteta Jaque Zapelini, da Idelli, me guiaram numa visita ao universo dos móveis sob medida e planejados. Qual é mais negócio pra você? No final, você decide.

Jorge Trenz – Por que escolher o móvel Planejado ou o Sob medida?
Jaque Zapelini
– No planejado você tem a praticidade, modernidade, as últimas tendências internacionais de texturas, acabamentos. Há muitas razões, mas esta escolha, na verdade, é uma decisão individual, em que o cliente considera aspectos econômicos, subjetivos, influências, projeções! É uma compra para durar alguns bons anos, então, a pessoa e o seu profissional arquiteto ou decorador vão definir, primeiramente, por um estilo. Aí começa a se determinar também se é um ou outro. Ou a composição dos dois. Porque ambos têm suas qualidades.
Vilson Rorato
– No sob medida o cliente faz do jeito que ele quer. Não tem limitações. Tenho uma cartela com 200 possibilidades de cores e acabamentos. Acrescente um design de qualidade, de bom gosto e a vida muda. É impressionante a capacidade de transformação que o mobiliário tem sobre os ambientes do nosso dia a dia. Então, pra isso, tem que ser do jeito que você quer. Do seu jeito. O sob medida tem essa diferença.
Jorge Trenz – O que difere o consumidor das duas propostas?
Vilson Rorato
– O investimento no sob medida é maior, com certeza. Claro, estamos falando de exclusividade. É uma coisa que, praticamente, só você tem. Ao menos daquele jeito, naquele tom, com aquela curvatura. O cliente normalmente trabalha com um arquiteto, que traz ideias e propostas diferenciadas. Só a marcenaria pode acompanhar isso. Mas sempre há maneiras de atender a necessidade do cliente, temos que conversar bastante e fazer o melhor projeto.
Jaque Zapelini
– Aqui na Idelli nós trabalhamos com painéis editáveis, que eu faço do tamanho que eu quiser. Fica, para bem dizer, um móvel sob medida com tecnologia. A gente quer proporcionar satisfação, alegria de viver num ambiente confortável, contemporâneo, onde a praticidade se alie à estética. Aposto neste tipo de personalidade de clientes.

Jorge Trenz – Um é mais negócio que o outro?
Jaque Zapelini
– O planejado é mais competitivo. Dependendo do ambiente a diferença é substancial. E são padronagens modernas, criadas a partir de pesquisas internacionais. Além disso, há a possibilidade de remodular ou mudar partes sem ter que mexer num conjunto maior. Acho essa mobilidade importante. As vezes você muda alguns elementos e muda tudo. O sob medida tem um apelo mais pessoalizado, mais exclusivo. Depende muito do que a pessoa espera do tipo de mobiliário que ela está escolhendo.
Vilson Rorato
– O planejado sempre tem uma margem maior de negociação, pelos volumes com que trabalha, pelo que bota em cima no fator marca, por exemplo. Mas cada pessoa é um universo e constrói seu habitat a partir da sua personalidade, da sua vivência, dos seus traços… Cada cliente meu é uma história e a gente acaba entrando na intimidade dele. Ele nos entrega não só o sonho, mas a chave da casa. Isso é um negócio muito sério, que envolve muita confiança da parte dele e da minha, incluindo meus colaboradores. A nossa conexão é direta: cliente, designer, produção, tudo tem que se integrar, um tem que compreender o outro pra que, no final, o cliente fique feliz com aquilo que definiu, adquiriu. Fica a marca do cliente no móvel dele.
Jorge Trenz – Dá pra evitar o stress na hora de mobiliar e decorar?
Jaque Zapelini
– Quem não teve ou não conhece alguém que se estressou, hein? Acontece nos dois lados, sempre há espaço para alguma inconformidade, é normal, principalmente quando a obra é grande, envolve profissionais diferentes… Encanador, eletricista, móveis, decoração. O importante é estar bem assessorado, conversar bastante e supervisionar tudo. Do lado de cá da mesa a gente também enfrenta coisas que, olha!!!…. Mas no final tudo dá certo. Senão, como diz a sabedoria popular, ainda não terminou.
Vilson Rorato
– O determinante na hora de escolher é conhecer bem o fornecedor, seja ele sob medida ou planejado, desde o tipo de atendimento até a entrega e a assistência no pós-venda. Não há como garantir que tudo vá acontecer exatamente como o previsto, isto não existe. Faz-se todo o esforço, nos dedicamos intensamente, mas uma parede com um desnível já vai exigir uma intervenção que não estava nos planos. Existem variáveis, como em todo negócio.
Jorge Trenz – Estou comprando um apartamento de 1 milhão ou de 400 mil. Dá pra projetar o investimento hipotético no mobiliário e decoração?
Vilson Rorato
– O móvel sob medida te dá um leque de opções, tanto para um imóvel de valor médio como um de alto padrão. Você pode valorizar os móveis com um acabamento sofisticado, muita iluminação, espelhos e robustez, ou simplificá-los, sem perda de qualidade. Ou seja, não precisa ser 8 ou 80.
Jaque Zapelini
– Normalmente, o cálculo para o investimento na mobília de fixos de um apartamento ou casa pode variar de 10 a15% do valor do imóvel. Isto depende muito dos acabamentos solicitadas pelo cliente. Melamina, por exemplo, tem um custo menor que laca e vidro. Se tiver portas de melamina, que é um revestimento usado sobre o MDF ou MDP, o investimento será bem menor do que portas em laca, um acabamento para móveis de madeira sobre o qual se aplicam várias camadas de uma pintura especial.
Jorge Trenz – Como você percebe o mercado imobiliário do Vale do Sinos? Isto influencia diretamente o negócio de vocês, certo?
Jaque Zapelini – Com certeza, mas precisamos olhar para frente, para um futuro melhor, ser otimistas e aproveitar este período para alinhar a empresa. Analisar custos, analisar estrutura e melhorar o que for possível. Crises sempre existirão, mas quem tem qualidade permanece vivo e com dedicação e um bom trabalho se abrem novos mercados. Trabalhar com empenho, comprometimento e confiabilidade é nossa missão.
Vilson Rorato – É evidente que um mercado aquecido favorece todos os setores, inclusive o nosso. Vejo que este mercado pode demorar um pouco mais a aquecer em relação ao de serviços e indústria, que deverão vir primeiro, para aí existir a demanda. O incentivo do governo na construção civil vai gerar mais ofertas para quem? Hoje, precisamos gerar empregos, ter dinheiro no mercado para então ter o consumo de volta.
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