Quando se faz as coisas com amor, o universo conspira a favor. A prova está aqui, nesta nova abordagem que adotamos para olhar as coisas boas da nossa cidade. Em função do projeto Bairros de Novo Hamburgo – Jogando a favor do seu patrimônio, acabei por conhecer a Procuradora do Município de Novo Hamburgo, Cinara de Araújo Vila, que aceitou o desafio de me orientar na exploração deste belíssimo tema.

“Este novo olhar dá continuidade ao que já vinha sendo produzido, afirma Cinara. “Quando me deparei com as matérias sobre os bairros, percebi nelas esse aspecto cultural, que bem demonstra o modo de viver no bairro, o que era feito e produzido, quais os afazeres e costumes, as práticas e as experiências de vida dos moradores.

O meio ambiente cultural é, para mim, uma expressão nova. Acredito que para boa parcela dos meus leitores também. Cinara explica: “Veja assim: a moradia é um direito fundamental de todos. Mas não é simplesmente a moradia que deixa uma pessoa feliz. É uma moradia digna. Afinal, estamos todos aqui para sermos felizes. E para termos a felicidade como alicerce da nossa existência, a base é o lugar onde moramos. Ele precisa ter a nossa cara, ser o reflexo de quem ocupa o espaço e, por isso, a nossa casa é feita conforme os nossos gostos, assim como o bairro, a cidade, o estado. São porções que expressam o que nós somos.”
O assunto é riquíssimo e estou bastante motivado. Conforme me explicou a Cinara,o meio ambiente cultural é a expressão máxima da nossa personalidade. “Ele envolve tudo que diz respeito ao aspecto relacional com aquilo que nos é mais caro: nossa família, nossos amigos, nossa casa, nossa cidade, nosso espaço urbano. Esse ambiente é construído com história, música, arte, cor, movimentos, modo de criar, fazer e viver.”
Portanto, as obras, objetos, edificações, os espaços de manifestação artística, cultural, musical e social, bem como os conjuntos urbanos e sítios históricos – tudo que envolve memórias e histórias, tudo que conta quem somos e para onde queremos ir, faz parte deste ambiente que passaremos a explorar aqui.
O imaterial – o modo de viver das pessoas, os encontros, as amizades, a feira na pracinha, aquilo que é feito nos espaços físicos, mas que fica gravado na memória como uma expressão de sentimentos, emoções e marcos históricos também entra neste contexto e com muita força.
Perguntei para a Cinara quais características ela destacaria em Novo Hamburgo. Nas palavras dela: “Existe um sistema organizacional muito interessante e um patrimônio cultural excepcional. É encantador para qualquer visitante ver a quantidade de casas históricas em Hamburgo Velho, respirar a atmosfera de Lomba Grande, perceber os bairros cheios de vida e histórias no Município.
Há vários caminhos que poderemos percorrer. Posso afirmar, desde já, que será uma experiência interessantíssima para todos nós e gostaria muito de continuar contando com a sua parceria e audiência nesta nova jornada que estamos iniciando. Vamos lá?
Fotos: Marcos Quintana