MAS QUE BOSSTA É ESSA?

A história da cerveja de nome intragável para alguns, mas que todo mundo adora! 

No corredor cultural de Hamburgo Velho, a casa histórica encanta nos detalhes

Há 42 anos em Novo Hamburgo, sendo 32 deles vividos no histórico Hamburgo Velho, o holandês Henk van Enck não escolheu o bairro a toa. Como conta sua esposa, Jaci van Enck, existe uma cultura entre os holandeses de valorizar o antigo. 

O casal está à frente de um negócio que tem uma das marcas com o nome mais inusitado que eu já vi: a Bossta Beer. Não só o nome é engraçado, mas a história toda. Dois amigos, um holandês e um hamburguense de origem alemã, cansados de tomar cervejas comerciais, resolveram fazer a sua própria cerveja. Henk e Werner começaram a fabricação na panela, gerando a desconfiança dos demais amigos, que diziam: isso vai ficar uma bosta!

​A gozação dos amigos agradou ao Henk, que definiu o nome Bosta Beer. Um familiar residente em São Paulo, para entrar na brincadeira, desenvolveu o rótulo e o holandês o que fez? Mandou imprimir 10 mil peças, que existem até hoje. Na hora de fazer o registro a marca não passou, nem preciso dizer o porquê. Aí a Jaci teve a ideia de botar um “S” a mais e pronto. Estava sacramentada a Bossta Beer.

​Brincando, brincando, a dupla foi se aperfeiçoando e a produção aumentando até o momento que começou a ficar maior do que o consumo dos dois. Como Henk gosta de estar cercado de gente sempre, conta a esposa, a família decidiu abrir as portas da sua casa para receber amigos e degustar o produto artesanal. Assim surgiu a confraria da Bossta, todas as quintas-feiras. Os amigos chamaram outros amigos, que chamaram outros amigos e a Bossta se espalhou. O público tomou gosto pelo nome divertido e o sabor único. 

Henk e Jaci van Enck: o casal que comanda a Bossta

​Em 2014 a cervejaria foi convidada a participar do Festival de Cervejas Artesanais, que acontece junto à Feira da Loucura por Sapatos. Seria a única cervejaria artesanal de Novo Hamburgo, mas como o registro oficial ainda não havia chegado, Henk preferiu não arriscar. Só que o universo estava conspirando a favor e uma semana antes da feira, o registro chegou. 

​A fama da Bossta se espalhou por todo Brasil quando a coluna de empreendedorismo do portal UOL publicou uma matéria contanto a história de “um holandês maluco que abriu a sua casa para servir a cerveja Bossta”. A família começou a receber ligações e pedidos de todo o país, mas não tinha produção para isso. Então, começaram a chegar visitantes também de todos os cantos.

Com cerca de 150 pessoas frequentando a confraria semanalmente e os vizinhos já reclamando da quantidade de carros na rua, o filho do casal, Gustavo van Enck, encontrou o espaço onde hoje é a Esquinna da Bossta, na Rua General Osório, no corredor cultural que é tombado provisoriamente como patrimônio histórico, em Hamburgo Velho, claro.

A família conta que a casa histórica onde está o bar é, também, um pedacinho de sua casa. Algumas das árvores mais velhas da cidade, com mais de 150 anos, também estão lá.

Chope gelado e música ao vivo são atrativos na Esquinna da Bossta

Para a filha do casal, Jéssica van Enck, o local também é importante: “Além da casa antiga, estar num bairro histórico faz a diferença. Esta rua é sensacional. Tudo tu encontra aqui. Tem coisas a fazer ainda, mas tu percebes melhoras, negócios abrindo. Tem muita gente comprando propriedades por aqui, a parte dos bares e restaurantes está movimentando muito as redondezas”, afirma Jéssica.

​Para Jaci, a tendência é que o bairro fique ainda melhor. “Quanto mais investimento e movimento, mais bonito vai ficar. Se fizéssemos todos uma calçada bonita, padronizada até lá em cima, valorizaria muito mais as casas, elas apareceriam muito mais”.

​“O ponto é que as pessoas quando vão sair tem que se perguntar: onde vamos? Para Hamburgo Velho. Se um lugar estiver lotado, tem outros. E assim vão circulando, conhecendo e todos ganham”, complementa Henk.

3 thoughts on “MAS QUE BOSSTA É ESSA?”

  1. Bom dia. Estava de passagem por NH-RS, onde pernoitei. À noite procurei um lugar p/tomar uma cerveja e o primeiro foi esse com nome engraçado – Esquina da BOSSTA. Muito curioso me dirigi até lá e para minha surpresa o local com mesas ao ar livre muito bom, e o garçom sugeriu o chopp “BOSSTA” e me trouxe um pouco p/experimentar. Gostei e pedi uma torre. Muito bom bom chopp. Na saída, o rapaz que me atendeu com muita gentileza e uma boa conversa, me perguntou de onde eu era e disse ser de Brasília, ai a conversa ficou boa e ele disse que já havia trabalhado em por lá, mas preferiu retornar e trabalhar com a “BOSSTA”. Ao nos despedir me ofereceu de presente uma garrafa da BOSSTA. Trouxe-a para Brasília e a ofereci para meu genro, que também é fabricante da cerveja artesanal TORTUGA. Como acredito acontecer com todo mundo, a primeira coisa que ele fez ao receber foi dar uma risada quando viu o rótulo. Olha, fiquei muito agradecido com o atendimento e o sabor do produto, e quando passar por NH novamente a visita à Esquina da BOSSTA será obrigatória.

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