“A engenharia química me encantou”, confessa Alvaro Goldoni. Ele saiu de Encantado/RS com 17 anos, para estudar em Porto Alegre, bancado pelo pai, que trabalhava duro para os filhos poderem ir o mais longe possível na vida.
Alvaro fez bom proveito das oportunidades que teve e, com a ajuda dos sócios Flordelino, David e Rogério Goldoni, além de Mauro Pedro Becker e Nelson Da Silveira, fundaram, em 1991 a Ecovita, empresa sediada em Novo Hamburgo, especializada em soluções químicas para tratamento e pigmentação de couros, laminados sintéticos, tecidos e madeiras.

“Vim para Porto Alegre prestar vestibular de medicina, pois meu teste vocacional indicava áreas humanas, ciências biológicas. Acabei não passando. No meio do ano, fiz o vestibular para as engenharias.” Alvaro, então, passou em primeiro lugar para engenharia química na PUC, com pontuação para cursar medicina na UFRGS. Era o destino tomando as rédeas.
“Durante a graduação, fiz alguns estágios na área petroquímica e, formado, retornei para Encantado. Fui trabalhar na Fontana S/A, empresa que continua ativa, já próximo dos 90 anos. Foi onde comecei a minha carreira. Trabalhei durante 5 anos nessa companhia, adquiri um bom conhecimento químico e fiz um grande networking.”
O irmão e sócio Rogério sempre foi visionário e empreendedor, comenta. Formado como técnico químico na indústria de couros, teve experiências com várias empresas daqui e do exterior. Foi ele que incentivou Alvaro a deixar o interior e montar um negócio de soluções químicas aqui em Novo Hamburgo.
“Foi uma decisão bastante difícil, pois já tinha esposa e filhos e não sabia o que teria pela frente. Além disso, o prefeito da época, Eugênio Nelson Ritzel, pedia encarecidamente, com pagamento de passagem e frete de caminhão, para os migrantes voltarem para o interior. Isso nos deixou bastante preocupados. Rogério, por sua vez, já tinha um negócio de couros com outros 2 sócios, Mauro e Nelson.”
A Ecovita começou, então, com os produtos que ele dominava -domisanitários, detergentes e desinfetantes. Alvaro e Rogério tinham outro irmão residindo em Porto Alegre, que estava desempregado. Convidaram-no e David trouxe experiência e conhecimento para as áreas de compras e gestão. Para a gestão financeira, convocaram o pai, que já estava aposentado, e aí funcionou mesmo foi a química da família para fazer o negócio dar certo.
Passados alguns anos, abriram linhas para outros segmentos como têxtil, madeira e sintéticos. Tudo corria bem até que a China fez um estrago grande no setor calçadista.
“Em 98 o setor de couro estava bastante complicado. Resolvemos participar da FIMEC, o que nos ajudou muito. Um amigo empresário, que já participava algum tempo da feira me apresentou o gestor de uma indústria holandesa, a Triade Chemiske Fabrik BV, que buscava um partner no Brasil para sua linha de corantes. Nossa parceria se mantém desde lá.”
Alvaro conta que, com a internacionalização, obrigou-se a viajar para a China, que ainda era muito fechada. “A primeira vez foi bastante complicado. Passamos, eu e nosso representante comercial, 30 dias no país, com muita dificuldade na comunicação. O inglês, lá, não era muito falado.”
A China ainda é um dos principais fornecedores de matéria-prima da Ecovita. Mas com todas as idas e vindas, a empresa também começou a fazer o caminho inverso, e exporta para lá há muitos anos.
Alvaro revela que tem trabalhado intensamente na diversificação e consolidação de antigas e novas parcerias que surgiram. Também,há algum tempo, a Ecovita dedica-se a estabelecer princípios de governança e sua filha, Danielle, vem assumindo mais e mais importância na gestão do negócio, mostrando que a química entre a família continua dando liga.
Que interessante, um negocio em família que vem dando certo, pois crescem juntos. Bem legal. Gostei demais desta história.
Obrigada , por compartilhar .
Muito bacana este trabalho em familia.
Pessoas assim são necessárias para o desenvolvimento de negócios que trazem orgulho para a cidade .Parabéns a família Goldoni.