César Oliveira criou a Armeria em 1982, depois de passar por experiências de trabalho em fazendas, oficina mecânica e até na burocracia de um escritório. Fez uma trajetória incomum e corajosa até encontrar seu caminho empresarial, numa atividade que aprendeu a gostar desde que tinha 8 anos de idade. Armeria, que é nome fantasia da empresa, ele esclarece, é uma expressão usada tanto na Espanha como na Itália para caracterizar loja de armas. “O termo correto, em português, seria armaria.”

Aos 16 anos, tendo concluído o segundo grau, foi auxiliar na administração da fazenda do pai em Canguçu, município gaúcho hoje reconhecido como a Capital Nacional da Agricultura Familiar. Lá, criavam gado, plantavam soja e milho. 3 anos se passaram nesta lida campeira, até o pai ser convidado para assumir uma fazenda no Mato Grosso, como gerente rural. Um ano depois, chamou César para ir ao seu encontro. E lá se foi o guri.
“Fiquei um ano morando no meio do mato. Era uma fazenda enorme, muito extensa. Precisávamos cavalgar mais de um dia para atravessá-la. Monotonia, certamente não havia na minha vida, que ainda tinha idas e vindas ao RS para rever a família, viagens na maioria das vezes feita de camionete, numa aventura de 3.000 km.
Encerrada a proeza em Mato Grosso, retornou para Novo Hamburgo. “Fui trabalhar como mecânico na Sinoscar. Quando achei que estava apto, precisando melhorar minha situação, pedi um aumento e não ganhei. Sem problema! Pedi as contas e fui embora. Coisas da idade, que repeti depois, com o mesmo roteiro, na Plínio Fleck, onde trabalhei no faturamento.”
Todos estes acontecimentos, entretanto, serviram para mostrar ao César o que ele não desejava para si. A vida é assim, nos dá alternativas, mas é preciso se conhecer para poder entender quem a gente quer ser. “Meu pai sempre foi caçador. Nas temporadas de caça, praticava todos os finais de semana e me levava junto. Com 8 anos, tinha uma arma minha, preparada por ele. Nasceu aí meu gosto por armas.”
Foi um legado de pai para filho, conta ele, orgulhoso por dar continuidade agora com seu filho Lucas, que está ao seu lado pensando e atuando no desenvolvimento de novos rumos para loja, que já tem 39 anos. Sempre contei com o apoio da família, que é essencial, para seguir em frente”.
Além do pai caçador, César conta que tinha uma amizade muito forte com o Paulo, da antiga Casa Paulo. “Nós éramos companheiros de caçada e eu seguidamente estava na loja deles. Nessa convivência, percebi que não existia, em Novo Hamburgo, uma oficina de conserto e restauração de armas. Era uma oportunidade de negócio e comecei assim, fazendo consertos.”
“ Virei cliente da Amadeo Rossi na aquisição de peças e, com tempo e trabalho, conquistei o direito de ser um assistente técnico. Fui fazer os cursos de especialização, dentro da própria Rossi, para atender as armas em garantia e as armas de conserto da marca. Logo em seguida, passamos a dar assistência também para a CBC e para a Taurus.”
A paixão pelas armas aumentou ainda mais a partir de 1980, quando iniciou no tiro desportivo, modalidade a qual se dedica até hoje na companhia do filho e participando de competições.
César relata que o empreendimento começou a ganhar escala e então trouxe um amigo – já falecido – que acabou se identificando muito com o serviço. “Éramos curiosos, ativos e decidimos abrir um negócio na raça e na coragem. Com alguma experiência adquirida na convivência com o pai e amigos de caçadas, começamos desmontando e limpando as armas. Passados alguns anos, começamos a venda de armas, munições e acessórios em geral.”
Em 2003, a Armeria foi para a rua Joaquim Nabuco, onde está até hoje, funcionando como loja de armas e clube de tiro. “O bairro Centro é lugar de grande circulação de pessoas e estar estabelecido aqui nos dá visibilidade, o que é muito bom para o negócio.”
Interessante! Sabia da Armeria e de quem é o empreendimento, mas não conhecia sua
trajetória… Grata por mais uma história que inspira a cada um, a buscar o lugar e a atividade com a qual se identifica e se sente realizado!
Bela história do meu amigo Cesar e seu filho Lucas , nosso campeão no tiro.
Mais uma história de sucesso dos nossos empreendedores, Parabens César Oliveira e Jorge, por conseguir transmitir em poucas palavras esse belo exemplo de persistência!