Entristecido eu fiquei com a notícia e as imagens do incêndio no casarão dos Friedrich. É, sem dúvida, um evento que só temos a lamentar, pois ali está vivificado um capítulo importante da história de Novo Hamburgo. Espero que os danos possam ser rapidamente recuperados e que o fato nos sirva de alerta para a atenção e o cuidado que precisamos ter com nossa história.

O projeto Bairros de Novo Hamburgo e o MAC – Meio Ambiente Cultural – me abriram os olhos para a importância e a fragilidade daquilo que somos constituídos, que nos representa no tempo e espaço. Nas descobertas que fiz através das matérias para o Bairros de Novo Hamburgo eu soube que nossa cidade foi escravagista.
Sério, tivemos escravos em Novo Hamburgo e a área que concentrou a maioria deles, na época, chamava-se África. Hoje, conhecemos como bairro Guarani. O nome indígena vem de outro fato inusitado. Havia uma empresa de ônibus chamada Transporte Guarani e o coletivo tinha um cacique estampado na lateral.
O pessoal dizia: Vou pegar o Guarani. E, assim, o nome da empresa acabou batizando o bairro. Quem me contou esses eventos curiosos foi o o Zeca Martins, antes da entrevista que realizei com o filho dele e a esposa sobre o Guarani.
Para mim, foi surpreendente conhecer essa pequena parte da nossa história, agora abalada pelo incidente. Como o casarão, que precisa ser recuperado, temos outros prédios, monumentos e histórias que precisam ser preservadas.
Me lembro bem desse ônibus. Ele vinha do centro pela rua Júlio de Castilhos no sentido de quem fosse a Hamburgo Velho. Na esquina da rua Joaquin Pedro Soares, ele virava a esquerda, e essa era a principal rua que dava acesso ao bairro Guarani.
Nesse tempo, eu ainda era menino, e morava ao lado do hoje banco Safra, bem nessa esquina. Na época o prédio abrigava o “ Curtume Carioca”.
Década de 1960.
Eu lamentei muito o incêndio naquele casarão que sempre admirei de longe. Encantada com a arquitetura e a imponência do prédio, sonhava em conhecer a casa por dentro. Acho que é o sonho de qualquer decoradora de interiores, não é mesmo? Adorei conhecer um pouquinho da história do bairro sob as tuas lentes. Abraço Jorge!
Lamentável!
Um incêndio que pode destruir em minutos o que se levou décadas pra construir a centenas de anos atrás. Infelizmente de tempos em tempos temos esses episódios. Belo registro Jorge sobre a historia de Novo Hamburgo, da qual eu não conhecia.
Grande abraço.
Sim lamentável o incêndio ,mas agora é tentar recuperar e manter parte dessa história do bairro Guarani.