Quando perguntam onde eu moro, respondo: em Novo Hamburgo. Acredito que a maioria das pessoas coloca a cidade antes da sua rua ou do bairro, quando confrontadas com esta questão. Não é assim com você também? Residir em Novo Hamburgo, todavia, é uma escolha pessoal. Nem eu e nem você somos obrigados a viver neste ou naquele lugar. Optamos por uma cidade porque nos familiarizamos com ela, com sua cultura, com sua infraestrutura, seus hábitos, oportunidades, sua gente. Nos identificamos tanto que quando voltamos de uma viagem, por exemplo, o sentimento é, literalmente, o de chegar em casa.

Óbvio que cada um tem preferências, particularidades, necessidades e restrições para optar por se estabelecer numa zona ou outra do município. Famílias há muito estabelecidas têm raízes mais profundas, formam relações de amizades e deixam bens imóveis que, as vezes, passam de geração em geração. Mas se não houvesse intimidade destes com o lugar, certamente os agraciados por uma herança dela se desfariam e mudariam de mala e cuia para onde melhor lhes aprouvesse.
As primeiras grandes cidades desenvolveram-se na Mesopotâmia, mais especificamente, em torno do Rio Eufrates, em torno de 3500 a.C, conta a história. Surgiram como assentamentos onde o comércio, o estoque da produção agrícola e o poder foram centralizados e onde os habitantes passaram a trabalhar em ocupações mais especializadas. Essas sociedades deram origem às civilizações, que através da união em torno de conceitos próprios ou até mesmo apropriados de outros povos, estimularam o desenvolvimento.
Esta breve viagem no tempo serve apenas para estimular aqui uma reflexão: numa vila neolítica ou em uma metrópole contemporânea, continuamos precisando uns dos outros para que boas práticas, boas ideias e soluções possam ser mais abrangentes, melhor resolvidas e ofertadas a todos aqueles que participaram, de uma forma ou de outra, dessa construção social que identificamos como “nossa cidade, minha cidade”. Se estou aqui porque me identifico, porque quero aqui estar, nada mais justo do que colaborar.
O projeto que temos neste sentido – e sobre o qual já havia dado algumas referências, feito alguns comentários – em função do Coronavírus terá que ser, definitivamente, adiado para o próximo ano. É uma proposta absolutamente inclusiva, ampla e democrática, que exige apenas olhar para fora, para o mundo, olhar para nós, para dentro e, então, focar o olhar novamente no futuro. Mas deixemos para depois.

Somos todos Novo Hamburgo e quando essas nuvens da pandemia se dissiparem precisaremos estar mais convictos do que nunca disso. Afinal, é nosso segundo lar. O primeiro é e sempre será aquele que é só seu e da sua família, mas que ainda assim faz parte de um jeito nosso de ser.
Exelente matéria, sempre muito bom rever, lembrar, conhecer melhor as origens de nosso lugar 🤗
Oi Jorge,
A pandemia mudou muita coisa. Muitos projetos foram adiados e cancelados. São momentos em que precisamos nos reinventar, não é mesmo?
Pensarmos juntos a cidade que queremos, apontando mais soluções do que criticando, será imprescindível para o período pós- pandemia.
Mesmo agora, sem sabermos quando a luz do fim do túnel finalmente se aproximará, já é momento de aquecermos as ideias, tentando prever quais mudanças e tendências vieram para ficar e como iremos lidar com elas da melhor forma, em benefício de todos.
Hora de suspender ou adiar projetos? Talvez sim, desde que não seja sinônimo de esperarmos sentados pelo que vai acontecer. O futuro é construído a cada dia do presente!
Abração!
Devemos sempre cuidarmos de nossa cidade onde vivemos, porquê desta forma estaremos contribuindo para nós e uma nova geração e mesmo que essa pandemia venho para atrasar muitos de nossos projetos, não devemos desistir é sabido que virão outros, mas vamos acreditar e ter fé.