Ah, o tempo! Este senhor cheio de marcas e de histórias, que guarda lembranças de quase tudo nas suas dobras, conserva algumas delas no Armazém Hamburgo Velho, sob os cuidados do Paulo Alexandre Stoffel, um eletrotécnico de formação, que com o andar dos anos, foi se transformando num guardião de antiguidades.

A transição deu-se lentamente. O pai, taxista, quando se aposentou, passou a percorrer o interior do estado num Fusca. Na companhia da mãe, garimpava peças antigas interessantes. “Eles traziam muita coisa e ali eu comecei a gostar do assunto. O Fusquinha vinha atolado de velhas novidades e, muitas vezes, um caminhão carregado os seguia até em casa”, lembra.
Aquilo foi aos poucos se tornando um negócio. Conquistaram clientes em Novo Hamburgo, Porto Alegre e de outros lugares. Em Novo Hamburgo, os irmãos Paulo e Pedro Scherer eram clientes especiais e compravam bem. De Porto Alegre vinham antiquários que já sabiam que o casal saía na segunda-feira de manhã e só retornava sexta à tarde. o sábado, estavam cedinho batendo na porta para ver o que tinha de novo.
“Eu não era um restaurador. Na verdade, era um recuperador. Ganhava algumas peças dos meus pais e as consertava. Passei a maior parte da minha vida trabalhando como eletrotécnico. Tinha na antiguidade um complemento de renda e um hobby. Há 3 anos estou me dedicando exclusivamente às antiguidades. É uma atividade muito prazerosa.”

Mas o Armazém já tem mais tempo. O empreendimento nasceu há 10 anos, no Centro Histórico de Hamburgo Velho, em consequência da instalação da clínica da esposa Neusa, que é nutricionista. “Ela não queria ocupar a parte da frente por causa do barulho, do movimento do trânsito. Sobraram dois ambientes e aí ela teve a ideia de abrir um armazém, com alguns produtos vinculados ao trabalho dela.”
Com a loja aberta e de cara para rua, o gosto pelas antiguidades falou alto e Paulo passou a exibir algumas peças aqui e ali. Os clientes passaram a se interessar, querer, comprar. “A reação das pessoas quando entram no Armazém é o que me faz feliz. Algumas se emocionam vendo algo que remete à sua infância, traz recordações familiares, do lugar onde viveram… A Neusa costuma dizer que “o nosso produto é a saudade.”
Nesse ramo, afirma, é preciso ter percepção, sensibilidade. O termo antiguidade, no seu entender, relativizou-se bastante. Paulo diz que hoje em dia tem muito colecionador, tem muito captador. “O pessoal acha um telefone celular de 15 anos e diz: – Olha, isso aqui é antigo!”

“Meu objetivo é me aproximar cada vez mais daquilo que realmente tem procura nesse nicho de mercado, encontrar um ponto de equilíbrio porque aqui, ainda estamos bastante diversificados, tem de tudo. Mas a intenção é ser mais focado num determinado tipo de antiguidades”, afirma.
Com relação ao bairro Hamburgo Velho, Paulo diz que é um bom lugar, mas para empreender, precisa avaliar bem o que se pretende. “Nós gostamos de estar aqui, mas é um bairro de passagem, não tem movimento de transeuntes, de pedestres na rua. É um centro histórico com vários locais para visitação. Apesar disso, não é um lugar onde as pessoas costumam parar para olhar alguma coisa.”
Fotos: Divulgação
Jorge, bacana essa tua lembrança,eu particularme gosto de objetos antigos.
Todos têm uma história que os involve .
Bacana mesmo. Mais uma vez meus parabéns..
Conheço o espaço e os proprietários. Eramos mais procimos e frenquentamos juntos a juventude . Epoca boa.
Fiquei feliz em visitar a loja em um dia de festa e agora a historia de vcs aparece aqui . Que legal. Pessoas queridas com uma vase de afeto positivo e muita FÉ, contruiram suas vidas juntos. Q super.
Bem interessante a matéria sobre objetos antigos, para pessoas que gostam é como caçar tesouros , isto faz muito bem,parabéns a todos.
Adorei ler esta matéria!Gosto muito de antiguidades e das histórias que cada uma traz…
Parabéns Jorge ,por esta iniciativa de divulgar pessoas que fazem a nossa cidade!!!
Ótima matéria, Jorge,obrigado por compartilhar!
Adorei saber Jorge…gosto muito do assunto…ptetendo conhecer o espaço …parabéns pela dedicação
Estudei com o Paulo no Colégio 25 de Julho; onde estudamos junto.. Conheci o pai dele também q era taxista no baoirro Primavera. Mas não sabia desse lado da familia de coletar antiguidades há bastante tempo. Show.
Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!