Amanhecemos estupefatos, tristes e revoltados no sábado com a precipitação de mais de 120mm de chuva que inundou e destruiu casas, sonhos, negócios e infraestrutura pela cidade afora. Para todos nós que amamos Novo Hamburgo e queremos vê-la cada vez mais pujante, reconhecida e admirada, foi um choque.
Nunca antes havíamos enfrentado uma chuvarada de tais dimensões. Cabe, portanto, salientar a rápida ação da prefeitura, que ainda na madrugada de sábado instalou o gabinete da prefeita Fatima Daudt, a Defesa Civil e as secretarias envolvidas no atendimento aos atingidos. Mesmo assim, houve gritaria nas redes sociais e acusações infundadas. Não estou aqui defendendo ninguém, apenas fazendo uma constatação, motivado, inclusive, pelo alerta de alguns leitores do blog.
Ficamos tristes pelas pessoas atingidas. Ao que consta, foram mais de 10 mil. Entretanto, outras tantas mil arregaçaram as mangas para ajudar na limpeza dos imóveis devastados, na reconstrução, no abrigamento e em toda forma de auxílio. Um mar de solidariedade invadiu a cidade prontamente e isto há de ser destacado. Nossa sociedade demonstrou, mais uma vez, que somos também comunidade, irmanados por uma mesma herança cultural e histórica.
A revolta, obviamente, também habitou nossos corações. Mas ela era contra quem mesmo? São Pedro? A prefeita? Eles não são os culpados, claro, pelo lixo jogado nas nossas ruas e que vai cobrir bocas de lobo e dificultar enormemente a vazão da água, além de poluir nosso rio, nossos arroios e nascentes. Mas a culpa é sempre de alguém. É só uma latinha de refri, que o catador vai juntar. É só um papel de bala que o varredor vai levar. É só um pingo de consciência que vai mudar nossa capacidade de enfrentamento destas situações imprevisíveis.Vamos todos aproveitar este infortúnio e nos solidarizar também com o meio ambiente em que vivemos. A cidade que nos recebe precisa ser cuidada para que proteja a gente também. Ela é nossa casa, é de todos nós. E não basta apenas fazer cada um sua parte. Mesmo que você não jogue lixo por aí, não descarte objetos de forma inadequada, há quem faça e há como denunciar. Não podemos mais cruzar os braços.
Meu Ponto de Vista é publicado sempre na última semana do mês, mas não poderia me abster nesta hora tão delicada.
Parabéns ! Realmente verdadeiras tuas palavras com relação a esse acontecimento na ultima sexta !
Sempre sensato e coerente com as palavras e atitudes. A consciência de cada um de nós é que faz toda diferença. Pensar no bem comum é muito importante! Vejo garrafas jogadas nos canteiros. Papéis que jogam para fora dos carros em movimento. Pessoas comendo alguma coisa e descartando embalagens no chão. Muita falta de educação. E aposto que reclamam dos transtornos que ajudam a causar. Quanta dificuldade em fazer a sua parte…. 🙆🙈
Muito bem pontuado, Jorge! Reclamar e gritar, apenas, não leva a lugar algum, não acelera nem constrói mudança. Temos sim, cada vez mais, que perguntar qual a nossa participação a cada situação que acontece; menos ou mais, cada um de nós pode estar contribuindo para tal. Ninguém é perfeito!
No caso em questão, há que se cobrar, claro, que o puder público cumpra sua parte, fazendo limpeza sistemática, fiscalizando e punindo quem faz depósitos e acúmulos de lixo indevidamente, buscando soluções de estrutura quando for o caso… E investindo seriamente em educação!
Mas nós, nós precisamos ir além do “faço minha parte” – por exemplo: não dá mais para apenas descartar o seu próprio lixo no local adequado. Temos que parar de ignorar quando vemos um despojo em nosso caminho; por que não recolhe-lo à lixeira ou, conforme o caso, solicitar recolhimento junto ao setor público? Contribuiremos sendo modelo ou exemplo.
Não cabe mais achar que, por o lixo não ser nosso, ele não nos diz respeito!
Excelente matéria Jorge👏👏 nos dias de hoje temos uma cultura do ódio que cada vez se aumenta e leva a nos questionar se “realmente todos nós, nossa sociedade é de fato tudo isso que lemos nas redes sociais” achar o culpado e criticar duramente, passou a ser sempre a primeira opção. Desde a madrugada de sexta-feira para sábado, estamos a embuidos em trazer uma resposta de atenção e socorro para aqueles que perderam tudo que tinham, foram muitos choros e muitos abraços que recebemos quando chegamos aos locais de atendimento, mas o mais importante foi ver que a cultura do BEM, sobressaiu sobre a cultura do ódio, trazendo todos a participar do AJUDAR AO PRÓXIMO, poder lembrar e agradecer que “eu estou bem e posso ajudar quem não tem mais nada”.
O povo hamburguense segue em mostrar o quanto é resiliente e o quanto a sociedade em sua grande maioria está pronta para estender a mão ao que mais precisa. Mais uma vez, um grande abraço Jorge e parabéns pela matéria!
Mais uma ótima reflexão Jorge,temos que criar essa consciência de que a nossa casa não é somente dos muros para dentro,mas também dos nossos muros para fora,o planeta terra é a nossa casa e que infelizmente estamos destruindo com nossas atitudes errôneas. Um forte abraço meu amigo.
Realmente devemos ser responsável por aquilo que fazemos de errado , e não culpar os órgãos públicos e claro que os órgãos Também devem fazer a sua parte como por exemplo. Limpeza e manutenção de praças, parques tá num abandono, isso também reflete , se as ruas, praças e parques estão com ótimas condições as pessoas também vão aprender a cuidar , zelar , e colocar lixo no lixo.