Você já ouviu falar do João Narciso Ferreira Neto? Não?! E do Bagunça? Esse nome é conhecido por gerações de hamburguenses. Aos 82 anos, ainda cheio de vitalidade, o esposo da dona Ilasy Becker Ferreira é parte viva da nossa história. Quando chegou, trouxe o automobilismo, o Km de Arrancada, o entusiamo do Kart, que virou febre e criou mais de 20 kartistas na cidade. Foi presidente do CNK (Conselho Nacional de Kart) da Confederação Brasileira e é o nosso convidado para o Empreendendo nos Bairros.

Como muitos representantes da nossa sociedade, o Bagunça também foi atraído para cá e virou hamburguense por opção e coração. Conta ele que sua história, marcada pelos carros, começa em Gramado, numa corrida de bicicletas com 3 participantes. “Eu entregava compras de bicicleta, tinha uma saúde bárbara.”
Na corrida, um competidor furou o pneu, o outro se atrapalhou e o João Narciso venceu. “Não convencidos, foi proposto uma carreira entre os torcedores do competidor do pneu furado e os meus…. com direito a apostas. Por ter vencido, ganhei uma comissão. Este foi o primeiro dinheirinho que eu ganhei para dar de entrada num auto”. Meu irmão me ajudou e comprei um Fordezinho 39 para botar na praça. Aí comecei minha vida. Passados os anos, troquei aquele Ford por um modelo 1948.”
Com seu táxi, todas as manhãs ele levava de 7 a 8 passageiros por viagem até o colégio, em Canela. Uma das passageiras frequentes era ninguém menos do que Ilasy. “Aí surgiu um namorinho e tal… E eu casei com ela aos 22 anos. Comprei um restaurante, botei um motorista na praça, aí já comprei uma camioneta para o restaurante e fui indo.”
“Certo dia, seu José Perini, dono do hotel Serra Azul, teve problema com sua F100 e precisava ir até a serraria. Me perguntou: – Quanto tu cobra para ficar uns 2, 3 dias comigo… Depois voltou com uma pastinha e perguntou: – Quanto tu quer por esse auto? Fechamos negócio. Eu já tinha um outro em mente, lá em Caxias do Sul. Fiz uma proposta pelo carro, um Ford 47, e peguei gosto de comprar e revender. Chegava em Porto Alegre, comprava um autinho, vendia em uma semana. Só coisa boa.”
Seu Bagunça mudou para Novo Hamburgo no início da década de 60, a convite do ex-prefeito Atalíbio Foscarini, que era sócio da Novocar. Vendeu duas casas que tinha lá e comprou uma aqui. Com o dinheiro da outra, adquiriu cotas da Novocar e passou a ser sócio da revenda. “O Foscarini viu o que eu vendia de carro lá em cima e disse: – Tu tem que trabalhar com nós. Ele foi um cara muito bacana, eu queria que tivesse mais gente honesta como ele, gente muito boa.”
Uma história clássica de Novo Hamburgo diz respeito aos automóveis Galaxie. “Os primeiros Galaxie que rodaram aqui fui eu que trouxe. Comprava em São Paulo e ganhava com eles um bom dinheiro. Nesse vai e vem, vendi até uma Mercedes para o Chico Anysio. Os primeiros carros importados também fui eu que trouxe. Quando desembarcávamos os carros chegava a reunir 100 pessoas para vê-los.”

Bagunça está no bairro Ideal desde 1971. Considera o ambiente maravilhoso para os negócios. “Quando eu vim para cá não tinha nem calçamento. O comércio praticamente não existia, esse lado era mais residencial. Atualmente, o bairro tem de tudo.”
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Uma bela história. Realmente o bagunça e um referencial de confiança na hora de comprar um veículo. Eu mesmo já comprei 4 carros com eles em toda minha vida. Sempre que tenho vontade de trocar e ali que vou me aconselhar. Parabens Jorge, tuas inspirações são muito criativas. Continue com este trabalho maravilhoso.
Um grande amigo em primeirissimo lugar, e grande vendedor, comprei alguns carros da firma. Merece este reconhecimento da cidade que adotou como sua e da família querida, um grande abraço
eu conheço ele desde a década de 70 quando eu tinha entre 6 e 8 anos. Ele e meu pai são muito amigos. A marca registrada do Bagunça é o seu bom humor. Sempre o vejo bem humorado. Merece tudo o que conquistou.
Muito bom ter pessoas empreendedoras assim , muito boa a matéria. Parabéns
Mais uma biografia que se mistura à história da cidade! Só ficaste devendo resposta para uma dúvida: qual a razão do apelido?
Tio João e tia Ila. Pais da josi e do Fedo!
Vizinhos quando moravam na BR 116 no Bairro Petrópolis.
Boas lembranças da quela época.