EU NÃO TE COMPRO A FARINHA, MAS TE VENDO A PADARIA, DISSE O PORTUGUÊS

Uma das marcas mais conhecidas e inovadoras do mercado de panificação regional começou de forma inusitada. Ou, talvez, a palavra mais adequada seja visionária. Estamos falando da Padaria Brasil e da história do seu fundador, o Sr Diniz Furlan. Casado com a Sra Aceli Kolling Furlan, com a qual teve dois filhos, ele é o empreendedor entrevistado do bairro Rio Branco e me recebeu em seu escritório para uma conversa deliciosa.

Garantia de pão fresquinho para toda a cidade e região

Na juventude, seu Furlan trabalhava no moinho da família em Galópolis, Caxias do Sul. Quando completou a maioridade, logo fez a carteira de motorista e recebeu, orgulhoso, as chaves do caminhão da empresa. Encarregaram-no de fazer as entregas de farinha nas padarias entre Novo Hamburgo e Porto Alegre. Na verdade, conta, ficou encarregado de ser motorista, vendedor e entregador para toda a região.

O moinho, entretanto, tinha um problema: precisava testar a qualidade da sua farinha antes de entregar aos clientes. Mas naquela época, afirma, não havia como fazer a análise do produto. Os equipamentos precisavam ser importados da Alemanha ou da Suíça. Junto com eles, tinha-se que “importar” um técnico-químico.

A lógica, então, indicou a prática. Não poderiam comprar o laboratório e trazer um técnico do exterior? Por que não comprar uma padaria? Moeriam o trigo num dia, embalariam, mandariam para o teste e, então, saberiam se o produto estava apto para a panificação ou se deveriam destiná-lo às fábricas de biscoitos e massas.

Centenas de clientes circulam todos os dias por aqui

“Não dá para distinguir a qualidade do trigo a olho, saber se ele serve para isso ou aquilo”, diz. “Para a fabricação de pão, o trigo tem que ser forte, para dar crescimento. Para biscoitos, tem que ser farinha fraca, porque, se crescer, o biscoito quebra”, ensina.

No ir e vir entre Caxias e Porto Alegre, o jovem faz-tudo foi visitar uma padaria que ficava em frente de onde, hoje, está a Padaria Brasil. O dono, um português, não queria mais saber de comprar farinha. Queria era vender o negócio.

Furlan levou a notícia para casa. Um mês depois, eles assumiram a loja. Quem iria cuidar? O pai e o sócio se entreolharam e não demoraram a decidir.

– Vai você, Diniz.

Corria o ano de 1965. Surgia, assim, a Padaria Brasil com seu espírito inovador. O tempo passou, o empreendimento se firmou e, a partir de 2001, um outro passo deu destaque ao negócio: os pães congelados.

Márcia é uma das mais antigas colaboradoras. 29 anos de empresa

“Antigamente, existia uma padaria por bairro e olha lá! Com o sistema da Padaria Brasil, todo mercadinho, loja de conveniência ou fruteira passou a poder ofertar cacetinho fresquinho, sem sequer ter um padeiro”, afirma.

A Padaria Brasil entrega para o cliente um kit com os pães congelados e os equipamentos para as etapas de crescimento, forneamento e exposição para venda.

Diniz Furlan acredita muito no Rio Branco. Diz que seus investimentos imobiliários foram sempre no bairro, que considera ótimo para morar e excelente para o comércio. Sob o seu ponto de vista, quem mora aqui tem tudo, não precisa tirar o carro da garagem para nada.

“Acho um lugar perfeito. Tem o Trensurb, farmácias, lojas variadas, o Unidão a 4 quadras. Mais 5 ou 6 quadras tem o Bourbon. Mas no dia a dia, tem tudo por aqui”, comenta.

O que poderia melhorar bastante a vida das pessoas e valorizar ainda mais a região, acredita o empresário, seria a instalação de um paradão na área próxima à Praça do Triângulo. “Todos os ônibus de todos os bairros passam por ali. E conexões para outras cidades também são realizadas por aqui’, afirma.

“Um abrigo bom, moderno e bem aparelhado ajudaria imensamente. Em dias de chuva, de vento, fica muito ruim para os usuários que vêm de todos os cantos da cidade. Sem falar que melhoraria a mobilidade e atrairia ainda mais empreendedores para cá”, conclui Furlan.

Fotos: Divulgação

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19 thoughts on “EU NÃO TE COMPRO A FARINHA, MAS TE VENDO A PADARIA, DISSE O PORTUGUÊS”

  1. Parabéns pelo trabalho. Realmente tens um talento incrível, poderia até ser jornalista? Grande abraço e sempre que precisar pode contar comigo!

  2. Excelente! Cada história incrível e muita cultura empreendedora na cidade. Novo Hamburgo merece que você destaque bairros e personalidades. Parabéns!

  3. Parabéns pela matéria, ficou ótima. Além de cantar vc poderia ser um bom jornalista…obrigado por nos proporcionar leituras de pessoas que contribuíram e contribuem até hoje para o desenvolvimento da cidade de Novo Hamburgo…abraço…aguardando a próxima…

  4. Parabéns Pela Reportagem
    Além de Ser Uma Ótima Padaria , Sr Diniz e Sua Familia São Pessoas Simples e Muito Legais, Por Isto Formaram Uma Grande Equipe que Da Suporte Para Os Seus Colaboradores e Clientes.
    Trabalho Com Eles e Me Sinto como se à Padaria Brasil Fosse Minha
    Fiquei Muito Feliz ao Ver à Reportagem
    Luiz Sergio ( Representante em Nova Petrópolis, Gramado e Canela )

  5. Mais uma vez, parabéns pela iniciativa interessante matéria: breve, objetiva e cheia de conteúdo!
    Nem sabia dessa questão da farinha para pães e biscoitos ser diferente!
    Bacana saber a história dos locais. Muda a relação com eles e a forma de vê-los.

  6. Parabéns Jorge !Excelente matéria! A Padaria Brasil é uma referência na nossa cidade pela qualidade de seus produtos e bom atendimento aos clientes!

  7. Eu sou muito grato por ter nascido bem na época de sua fundação que deus abençoe sempre seu fundador é sua família.

  8. Seu Diniz faz parte da região. E, a Brasil? Ela é um patrimônio gastronômico do Vale do Sinos. Primeira a atender 24 horas.
    Merece ser Prestigiada.
    Parabéns, sei Diniz. Vida longa e próspera ao amigo.

    E, ao Jorge: parabéns pelo e obrigado por esse texto, que recuperou um pouco da história.

    Alan Caldas
    Jornal Dois Irmãos
    35 anos narrando a história

  9. Eu tenho um mercado açougue e padaria
    Açougue do Alemão
    AK na vila Brás
    E qria vende os pães da padaria Brasil
    Sou Ademar goldhardt

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