Nos áureos tempos do calçado Novo Hamburgo atraiu, pode-se dizer, uma segunda leva de imigrantes. Eram trabalhadores de diferentes pontos do estado, que vinham pra cá em busca de emprego e melhor qualidade de vida. Entre eles, os Fuchs de Arroio do Meio. Desembarcaram de um caminhão de mudanças, primeiro, os familiares do seu Ido, que trouxe a mulher e 3 filhos, entre eles o Marciano.

Depois veio o tio Miro, fundador do King’s Kão e do Kachurrasco. Marciano Fuchs é publicitário, me incentivou a criar o blog e, através desta iniciativa, comecei a entrar mais fundo nos meandros e diferentes aspectos da nossa bela cidade. Pois chegou a hora dele falar um pouco sobre o que pensa daqui para o nosso blog.
“Eu tinha 10 anos quando chegamos, cheios de expectativas. Mas me decepcionei já no desembarque. A casa era pequena e ficava atrás de duas outras num mesmo terreno. Fiquei chocado, imaginava um mundo melhor do que aquele em que vivíamos e era muito pior. Eu não tinha noção (risos). Meu pai trabalhava em curtume e, lá fora, meus avós moravam em casas grandes e terras vastas. E nós morávamos com eles.”
Para o seu Ido e a dona Andreza, entretanto, aquele era o verdadeiro início da família deles. Estavam felizes e logo o preconceito do Marciano com a nova morada desanuviou-se, conta ele. “Acho que ali tive a primeira lição sobre batalhar pelo que se quer. Depois, isso se aprofundou em mim porque Novo Hamburgo era assim. Terra de trabalhadores, batalhadores. Virei hamburguense.”

A família estabeleceu-se na rua Jahú, no bairro Pátria Nova. A primeira ida ao centro, a pé, foi no mesmo dia da chegada. Precisavam comprar móveis pra cozinha, alguns utensílios e o pai, orgulhoso, queria apresentar a cidade grande. Na época, relembra o Marciano, a Pedro Adams Filho tinha calçamento de paralelepípedo irregular. A Primeiro de Março nem calçamento tinha. E uma vala com esgoto a céu aberto era a característica mais marcante da avenida.
Há mais de 35 anos, Marciano reside num apartamento na Frederico Linck, próximo à BR 116n no bairro Rio Branco. Ele cita a facilidade de ir e vir como um dos pontos que valoriza bastante. Sua mãe mora no Ideal, há 5 minutos, afirma. Sua agência de comunicação fica no centro e, pela BR ou pela rua lateral a rodovia, ele chega rapidamente ao trabalho. “Tem muito lugar bacana e muitos bairros que eu moraria sem pestanejar. Mas não me vejo mudando para outro lugar.”
Algumas vias e locais do bairro, diz ele, têm movimento intenso, mas considera isso positivo. Sente-se mais seguro. “Como a Frederico é um acesso importante, volta e meia tem barreira policial. À noite já é necessário ter mais atenção, mas isso é em qualquer lugar.” Quando pergunto o que poderia valorizar a área ele fala de um sonho que também gostaria de ver em outros pontos. ” A rede elétrica enterrada, terminando com esta poluição visual e este desrespeito, com cabos soltos por todos os lados. E encerra: calçadas padronizadas, ruas floridas e limpas são manifestações que eu li em outras entrevistas do blog e sou mais um que adoraria ver isso em nossa cidade.”
História de familia..que orgulho desta empreitada, desbravando a cidade.
Penso que estes registros nos incentivam mais ainda a melhorar sempre mais.
Resgata também o desejo de morar em nossa cidade e fazer dele nosso lar.
Inspiradora história de família! Legal a construção desse afeto pela cidade. Concordo plenamente com as ideias de melhoria propostas pelo entrevistado…
MARAVILHOSO!!!MEU GENRO TRABALHA NO K-CHURRASCO!!!