Foi da mistura que se originou um dos bairros mais diversificados da cidade: o Rio Branco. O apelido desdenhoso veio em função da diversidade da população que ali habitava à época. Na área haviam famílias tradicionais de brancos e pretos vivendo em harmonia e com solidariedade. Hoje, uma das moradores de lá é a Íris Foscarini. Ela foi minha entrevistada para a edição de outubro da revista Expansão, na série de reportagens sobre os bairros de Novo Hamburgo.

O pai da Íris vive no Rio Branco há mais de três décadas. Com 90 anos, mora sozinho numa casa com quintal, vizinhos que compartilham coisas tipo ameixas, receitas e amizades… E tem o movimento para se distrair. Ainda existem ali, muitas casas entre as edificações comerciais e residenciais e, certamente, resquícios do ambiente que forjou a cultura local.
Ela mudou-se em 2011, para ficar por perto e assistí-lo melhor nas suas necessidades. Mas só depois de visitar outros 9 endereços, em bairros distintos, afirma. “Não havia uma preferência explícita, estava atrás de um bom negócio e acabei por encontrá-lo no mesmo bairro”, conta.
O Rio Branco tem características que agradam muito à moradora. Um comércio forte, o trem, laboratórios e serviços médicos, por exemplo. “E eu moro há dois minutos da casa do meu pai. Faço academia no bairro, compro na fruteira do bairro, não dependo dos serviços do centro. E, se quiser ou precisar ir ao centro, tenho a opção de ir ou não a pé”, salienta.

“Uma característica superlegal é que, além da força do comércio, de ter a Frederico Linck como um dos principais acessos, de ter o Bourbon Shopping, uma agremiação fantástica como a Sociedade Ginástica e ótimas padarias, existe aqui um clima comunitário.”
Iris acredita que este seja um dos destaques da região. “Esta coexistência é que faz com que nossas ruas largas se mantenham arborizadas e bem conservadas, com calçadas limpas pelos moradores e comerciantes. Não podemos esquecer que somos donos da nossa área, do nosso bairro. E este aqui é, de verdade, o nosso bairro. Gosto muito de viver aqui.”
“O bairro é um excelente investimento por toda essa diversidade de negócios, serviços e atrativos. Os moradores ressentem-se, entretanto, da falta de mais farmácias. Há uma concentração delas no centro, perto da Pedro Adams, e aqui sente-se falta, até para tornar a competição mais forte e melhorar as opções de preços”, afirma.

Fotos: Marcos Quintana
Jorge,você faz um ótimo trabalho de pesquisa e resgate dos bairros de NH e de personalidades que neles vivem. É muito bom ler assuntos bastantes curiosos. Porque você não transforma -os em livro? Abraço
Mais uma vez, uma visão interessante e com pitadas históricas sobre um bairro de nossa cidade. Sempre uma agradável leitura!
Bom dia ! Jorge como é importante para nós que vivemos em Novo Hamburgo saber mais sobre a história de nossa cidade, bairros é saber que moramos em uma cidade cheia de história para contar; meus parabéns. Abraço.
Minha infância foi no Rio Branco, morávamos em frente à praça do triângulo. Meu pai era o fotógrafo do bairro. ( foto Edy) ao lado tínhamos o Laux que era relojoeiro. E também ao lado minha mãe tinha um instituto de beleza, na época chamávamos assim. A noite no verão sentávamos tranquilamente na calçada e as famílias reuniam-se. Ainda hoje quando passo pelo local tento captar a magia daqueles saudosos tempos de amizade e união que tínhamos. Lembranças e até mesmo com os olhos mareados pela saudade daqueles tempos.
Também moro no Bairro Rio Branco
Fácil acesso para BR além de todas as benesses citadas.
Escuto desde cedo o Sábia anunciando a chegada do Dia!
Gosto muito deste Bairro!