A principal referência histórica da cidade de Novo Hamburgo, o bairro Hamburgo Velho, hoje puxa o futuro. Foi aqui que tudo começou e é onde parece se renovar para dar exemplo para todos nós, que somos Novo Hamburgo de coração. Feevale, Hospital Regina, Galeria Scheffel, para ficar em alguns exemplos, nasceram por ali e tornaram-se referência. Mas esse pedacinho da gente tem muito mais pra mostrar e inspirar.
Para entender um pouco mais o movimento que vem acontecendo há muitos anos no bairro, e achar que poderia dar uma bela matéria para a minha coluna É Negócio, edição de fevereiro/2018 da Revista Expansão RS, procurei o Deivid Schu, que é o o vice-presidente da Associação de Moradores e Empreendedores de Hamburgo Velho. Espero que você aprecie o bate-papo que tive com ele.
Qual o propósito de existência da Associação?
Como associação representativa, o principal benefício que queremos entregar para comerciantes, empreendedores e moradores é o desenvolvimento do bairro. Temos três eixos primordiais, que são o patrimônio histórico, a sustentabilidade e o empreendedorismo como motor pra isso.
De que forma vocês contribuem para a construção de uma cidade melhor?
Somos propositivos. Não acreditamos que apenas reclamando conseguiremos construir algo. A partir desta visão desenvolvemos uma série de estudos para propor soluções ao bairro, seja através da indústria criativa, da interferência na mobilidade urbana, na segurança. É assim que a gente tenta contribuir: desenvolvendo ideias, trabalhando as mesmas com a comunidade e, a partir daí, orientando e participando de todo o rito legal, desde a apresentação para a prefeita, seus secretários, a Frente Parlamentar de Patrimônio Histórico e até a participação em audiência pública.
Como tu avalias a evolução das ações da entidade até o presente momento?
No que tange ao empreendedorismo e patrimônio histórico já atingimos a média, diria que um conceito “C +”. Existe know how, colaboradores que podem nos dar suporte dentro de casa nestes dois pontos e a gente abastecer com informações pertinentes os nossos vizinhos, os investidores… A sustentabilidade é o braço menos desenvolvido e carece de maior conhecimento da nossa parte. De ajuda mesmo. Sabemos que é essencial e temos o Parcão dentro dos nossos limites geográficos, uma responsabilidade e tanto.
Quais as principais dificuldades para a entidade, Deivid?
Há uma dificuldade das pessoas participarem das reuniões formais, não podemos negar. Isso torna tudo um pouco mais difícil, mais demorado. Hoje, temos cerca de 2 mil unidades habitacionais no bairro, entre residências e comércio, e não conseguimos atingir a maior parte delas. A percepção de valor sobre um imóvel histórico ainda está longe de ser compreendida e temos um longo caminho a percorrer neste sentido. É sabido que em qualquer lugar do mundo uma área de patrimônio histórico é mais valorizada que outras.
Fotos: Marcos Quintana – acervo pessoal
Hamburgo Velho está em nós!