Bombeiros Voluntários

Uma ação que reaproxima Novo Hamburgo das suas raízes de cooperar para se desenvolver.

Na entrevista que fiz com a prefeita Fatima Daudt para a coluna É Negócio? da edição de final de ano da revista Expansão, um dos seus comentários foi sobre o caráter associativo que sempre diferenciou a comunidade hamburguense e ajudou a cidade a crescer. Pois mais uma destas experiências transformadoras está incubada e em franca expansão, agora dentro do Corpo de Bombeiros. A ideia tem tudo para vingar e contribuir na segurança coletiva, na prestação de serviços da instituição e no estímulo para que mais pessoas se envolvam e busquem soluções resolutivas para nossa cidade. Se somos Novo Hamburgo, queremos um lugar melhor para viver e criar nossos filhos, precisamos nos envolver e fazer que isso aconteça. Conversei com o Capitão Sório, que é o Comandante da Segunda Cia do 2º Batalhão de Bombeiros Militar, sobre esta iniciativa.

Capitão Sório, explique qual é a ideia do bombeiro voluntário. É um movimento do Corpo de Bombeiros?

É um projeto da corporação local. É um plano piloto para que nosso comandante regional possa perceber virtudes na iniciativa e comprar a ideia. Tem algumas regiões no estado onde se aceita muito bem a colaboração voluntária. Aqui no Vale do Sinos nós temos isso. Pessoas que se dispõe a trabalhar nos seus horários de folga e se envolver em projetos que visam o bem coletivo.

Mas de que forma os voluntários podem ajudar? 

O voluntário não vai substituir o bombeiro militar, claro. Ele não tem preparo, nem o poder delegado pelo governo para executar certas tarefas, fiscalizar. Não tem o conhecimento técnico para fazer ou assinar um PPCI, por exemplo. Mas precisamos de pessoal para controle, que não esteja na frente de combate com uma mangueira na mão. É fundamental ter alguém avaliando o cenário, para certificar que não vai cair uma viga em cima do bombeiro, verificar se o fogo não está se alastrando para a construção ao lado, se o ataque de água está sendo suficiente, se é necessário usar espuma. Por isso, quanto mais pessoas eu tenho na guarnição, mais segurança nós teremos e mais eficiência nas ações.

O senhor comentou que algumas cidades vizinhas já contam com esse reforço, certo?

Campo Bom, Estância Velha, Ivoti e Dois Irmãos já têm voluntários e estamos querendo trazer para Novo Hamburgo essa experiência. Importante que se diga que não fomos buscar voluntários de forma aleatória, não colocamos na imprensa, porque é uma responsabilidade grande e é o nome da corporação que está em jogo também. Procuramos grandes empresas e explicamos o porquê da importância de uma parceria. É bom para empresa, que vai ter um bombeiro trabalhando lá, com curso de bombeiro, que conhece nossa operação, tem a nossa doutrina. Além de trabalhar como técnico de segurança saberá como agir em situações de emergência, o que é crucial. Para o funcionário a relação também é valiosa, porque ele se torna uma peça estratégica para a empresa. E para nós, porque temos um voluntário mais qualificado, pela proximidade que tem das situações que irá enfrentar. E caso a referida empresa tenha uma emergência, ele saberá onde estão os equipamentos, os geradores, o abastecimento hidráulico, com que tipo de químicos a empresa trabalha e o que precisa fazer… O tempo de resposta reduz muito, aumentando as chances de sucesso da operação.

E verba para essa empreitada, vocês têm? Porque no nosso outro encontro o senhor falou das dificuldades, que não são poucas.

É verdade, e mesmo sendo serviço voluntário, existem custos. Tudo tem custo. Então, estamos conversando com ACI, CDL, Sindilojas, Sinduscom e outros parceiros para pagar a alimentação, o EPI, a farda cinza… Nós estamos nos preparando para um próximo curso, que está programado para março e para toda a região, não apenas Novo Hamburgo, onde também serão aceitos cadeirantes, para nos auxiliar na sala de operações. Por telefone, eles darão dicas de como desafogar uma criança que está engasgada, como fazer uma massagem cardíaca. Muitas vezes não dá tempo da viatura chegar, precisamos agilidade total para salvar uma vida. Eles farão ainda o despacho de viaturas, se informarão sobre produtos perigosos do local de atendimento para chamar os apoios adequados, enfim, vão trabalhar no cérebro da corporação.

Como será feita a seleção?

Com muito critério, pois é o nome da corporação que está em jogo. E também não adianta eu ter alguém aqui pra ajudar, mas presta um mau atendimento telefônico, ou que não seja idôneo. Então, primeiro será feita uma seleção de nomes ilibados. A segunda fase é para avaliação física, com testes de corrida, abdominais e os exames médicos para esforço físico. Os que passarem nesta peneira estarão aptas ao curso, que terá duração de três finais de semana, de sexta a domingo.

E o Natal Solidário. Como foi esta ação?

Montamos um ponto de coleta aqui na corporação e recebemos uma quantidade de produtos como brinquedos, balas, chocolates, panetones, fraldas geriátricas e encaminhamos para as entidades assistenciais com o propósito de melhorar o Natal de pessoas que precisam do olhar do outro, do nosso olhar e do nosso carinho. A gente foi até essas entidades, organizamos uma palestra sobre cuidados diversos com a preservação da vida e depois distribuímos os presentes. São ações sociais que têm sempre uma ótima receptividade e nos deixam, também, muito felizes. Fizemos atividades no Lar São Vicente, na LEME e APAE/NH e, também, ações no bairro Santo Afonso e na Vila Palmeira.

 

 

 

 

 

 

 

2 thoughts on “Bombeiros Voluntários”

  1. Gostaria muito de fazer parte do grupo de bombeiro voluntario onde posso fazer inscrição??? Gostaria de mais informações. Dês de já meu muito obrigado.

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