Os dois lados da moeda pesam no desenvolvimento social e econômico
É verdade que nossas alternativas de moradia nem sempre dependem única e exclusivamente do querer ou do poder. O trabalho, o estudo ou um amor pode nos levar para lá ou para cá. Nos manter em Novo Hamburgo ou nos endereçar a qualquer outro lugar. Mas a partir daí, nos apossamos de um espaço, passamos a fazer parte de uma comunidade e nos envolvemos com os benefícios e as deficiências do local. Existe, entretanto, uma premissa fundamental neste contexto: as cidades são formadas por pessoas e, dependendo do que este conjunto social almeja para o seu futuro é que se erguem escolas ou pontos de tráfico, hospitais ou bolsões de miséria, parques ou lixões a céu aberto, pra ficar em exemplos bem básicos. E você pode dizer, simplista. Mas é assim que é. O progresso não acontece, ele precisa ser construído. Isto é fato.
Novo Hamburgo e o Vale dos Sinos foram colonizados por imigrantes europeus que afetaram positivamente a história e o modo de vida da região. Os habitantes da região, nativos ou não, compactuam de um projeto existêncial com bases na dignidade, educação, saúde, segurança, enfim, estão cientes sobre quais pilares querem construir seus sonhos. Esta consciência coletiva gera as pré-condições para um círculo virtuoso que estimula o crescimento e o desenvolvimento social e econômico.
NOVO HAMBURGO NO ESPELHO
Como profissional do ramo imobiliário, senti uma necessidade profunda de ampliar minha visão sobre Novo Hamburgo quando percebi que a recessão em que havíamos mais uma vez nos metido, não seria debelada tão facilmente. Os negócios do setor foram afetados seriamente e eu precisava entender o mercado a partir daí. Óbvio que as coisas não seriam mais como eram, ao menos temporariamente. Foi em 2016 que resolvi ir a campo para averiguar “in loco” como a população de alguns dos principais bairros de Novo Hamburgo estavam percebendo o lugar onde viviam, saber o que estavam planejando seus moradores e o que esperavam da administração municipal – que estava prestes a ser continuada ou descontinuada pela eleição que se avizinhava. Confesso que foi uma grande satisfação realizar esta pesquisa, que me consumiu horas e horas e deu um trabalhão para compilar e interpretar. Afinal, não sou um estudioso de mercado, nem pretendia dar ares científicos à tarefa. Sou, tão somente, um consultor que trabalha com compra, venda e intermediação de imóveis, mas que necessita ter domínio e total clareza sobre os cenários que definem os rumos do segmento. Surpresas e mais surpresas brotaram dessa imersão.
A MAIORIA DAS PESSOAS GOSTA DO BAIRRO ONDE MORA
Este foi um dado que chamou muita atenção: dos 20 bairros trabalhados, na média, 50% das pessoas consultadas gostam de onde moram. Em muitos locais a régua sobe a 60% e até 70%. Nestes casos, se mudassem de endereço seria para um imóvel melhor, mais confortável, melhor localizado dentro do bairro, mas a preferência seria manter-se nas imediações, próximo a outros familiares, vizinhos e amigos. Se existe a possibilidade de um grande salto de qualidade de vida, aí, obviamente, os bairros mais nobres e próximos ao centro da cidade sobem na preferência dos entrevistados.
SEGURANÇA É UMA PREOCUPAÇÃO QUE APARECE EM TODA A CIDADE
Isto não chega a ser novidade, não é mesmo? Nem, tampouco é uma particularidade de Novo Hamburgo. Existem bairros onde a preocupação com a segurança é maior, ou altíssima, beirando os 80% de citações. Em outros, nem tanto, mas ela aparece em todos, quase sempre como uma das áreas mais relevantes. Na entrevista que fiz com o General Roberto Jungthon, Secretário de Segurança de Novo Hamburgo, publicada na edição de maio da Revista Expansão, ele afirmou que estão trabalhando sobre três eixos: governança e gestão, integração e parcerias e tecnologia e inovação. Ou seja, a população tem suas preocupações, mas a administração do município também as tem e está buscando as formas mais eficazes de trazer de volta a paz que todos nós sonhamos. Estamos na torcida.
LIMPEZA, URBANIZAÇÃO ÁREAS DE LAZER. FAZ PARTE DA CIVILIDADE
Novo Hamburgo deseja para si um padrão de vida de primeiro mundo. Ou o mais próximo possível disso. Já experimentamos situação semelhante em outros tempos e a população compreende que isto é o melhor para todos. Com saúde, educação, segurança vem o resto. Ganha o indivíduo, valoriza-se a cidade e tudo que a compõe: começando pelos imóveis. Aliás, cabe salientar, o segmento imobiliário, logo atrás do automobilístico, sinaliza a saída de um país da crise. Devagarinho, estes dois segmentos começam a dar sinais de reativação. E a boa nova para os cidadãos de Novo Hamburgo foi a recente conquista dos recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento que, de acordo com a nossa Secretária de Desenvolvimento Urbano, Roberta Gomes de Oliveira, possibilitará investimentos que farão a população resgatar o amor pela cidade. O Parcão já foi entregue e é um sucesso. Que possamos, realmente, nos sentir em casa na nossa bela Novo Hamburgo.
Jorge muito bom esse tema
abordado no Blog desta semana.Parabens continue forte no teu objetivo
Bom dia.
Não é Novo Hamburgo.
Aqui é Alvorada ou Cachoeirinha.
Vergonha.
Olhem a serra.
O que a mídia fez: cobrou forte dos municípios de lá.
Aqui, a nossa é apática,(melhor cliente é a prefeitura).
A órdem é vender e procurar outro lugar.
Grato
Muito bem colocado. Nossa cidade tem muitas coisas boas precisamos apenas nos sentir pertencentes participantes neste processo de superacao. Gostei.
Ótimo tema, e ainda sem falar das pessoas como eu que pensam um dia em se mudar para santa Catarina.
Muito interessante o levantamento que fizeste, especialmente porque abre questões para pensar mudanças necessárias!