A segurança como componente na escolha de um imóvel

Há cerca de dois anos, já com a crise afetando os negócios imobiliários profundamente, dediquei-me, através de uma pesquisa nos bairros de Novo Hamburgo, a explorar o mercado para descobrir o que as pessoas consideravam relevante. Meu objetivo? Poder ofertar aos meus clientes aquilo que ficasse mais próximo do que eles almejavam. Me deparei com surpresas das mais diversas, mas um ponto se destacou: a segurança e o quanto ela influencia na decisão de quem quer comprar um imóvel ou apenas trocar de endereço e como ela impacta no número de propostas. Por isso, agora fui conversar sobre o tema com o atual Secretário de Segurança de Novo Hamburgo, General Roberto Jungthon.

Jorge Trenz – Como o Secretário de Segurança vê a Novo Hamburgo de hoje? 

Eu vejo com otimismo. Até porque toda a sociedade está mobilizada para alterar está percepção de insegurança. Todos nós estamos envolvidos para melhorar esta situação. E quando nós nos reunimos em prol de um objetivo comum, as coisas acontecem. A PMNH está realizando, sim, o seu trabalho, os órgãos de segurança pública estão, sim, motivados para prestarem o serviço público que o cidadão merece. É só uma questão de tempo pra nós percebermos que estamos mudando e mudando para melhor.

Jorge Trenz – Novo Hamburgo voltará a ser atrativa para os negócios imobiliários? 

A prefeita Fátima montou uma equipe de primeira linha em todas as áreas da administração. Ela tem amor pela cidade, isto já ficou claro e faz toda a diferença. Temos que ser positivos também e aproveitar da crise para gerar oportunidades. O país todo vive uma série de crises: é a crise de representatividade política, com o povo descrendo dos seus representantes. É a crise de autoridade. Não há limites, as pessoas não respeitam o espaço dos outros. A crise econômica nem vou me aprofundar. Mas há também uma crise moral, com escândalos que nos deixam desorientados. Isto está impactando na segurança, estamos vivendo uma situação nunca vista na área da segurança nacional. Mas estão sendo tomadas providências e, pode ter certeza, Novo Hamburgo será, como continua sendo, um excelente lugar para fazer negócios.

Jorge Trenz – O que está sendo feito para melhorar este cenário? 

Nós estamos trabalhando aqui sobre 3 eixos: governança e gestão. Integração e parcerias. Tecnologia e inovação. Estamos nos organizando para oferecer o que tem de melhor em cada área. No eixo de governança e gestão precisamos ter foco, direcionamento, questões bem definidas. Que metas queremos atingir, que resultados precisamos obter, qual o nível de satisfação que queremos oferecer ao cidadão. Em termos práticos, precisamos maximizar recursos e minimizar desperdícios, em tudo. Em pessoal, em material, em protocolos, em procedimentos. Precisamos queimar etapas que não geram valor, que não trazem benefícios para o cidadão.

Jorge Trenz – O que compreende o eixo Tecnologia e Inovação? 

Por uma questão estratégica, ainda não posso revelar, mas já estamos trabalhando na aplicação de modernas tecnologias no controle de veículos  roubados, que nos habilitará a atuar com maior rapidez. O certo é que há uma gama enorme de possibilidades de comunicação entre os agentes e também entre os diferentes órgãos de segurança. Mas a tecnologia pressupõe algum investimento. Já a inovação, nem sempre. É uma ação nova. Eu posso obter o mesmo resultado com mais economia, com mais ganho de valor, uma percepção da população que aquilo é algo bom, simplesmente alterando determinados procedimentos. Um exemplo simplório é uma forma diferente de abordar, numa postura de respeito em relação a quem paga pelos serviços. Pode-se obter simpatia, colaboração, união, sem um tostão a mais. Outro exemplo é de não estacionar em vaga de deficiente físico. Pode ser uma coisa banal, mas faz parte do conjunto. Este respeito ao próximo começa no mais simples. Reconhecer que o meu direito vai até onde começa o direito do outro.

General Roberto Jungthon, natural de Porto Alegre, 60 anos, casado, e durante sua carreia militar percorreu  todo o Brasil, em média 3 anos por cidade.

Trajetória Militar

  • Cursou o ginásio no Colégio Militar em Porto Alegre (RS)
  • Formação de oficial do exército na Academia Militar de Agulhas Negras, na cidade de Rezende (RJ).
  • Como oficial general, na cidade de Corumbá (MS), fronteira do Brasil com a Bolívia, atuava na linha de frente contra o tráfico e contrabando
  • Chefe do Estado Maior do Sul, Porto Alegre (RS), no Comando Militar do Sul, que engloba RS, SC e Paraná
  • Estado Maior do Exército em Brasília (DF), trabalhando nas áreas de comunicação, inteligência, gestão, governança
  • Departamento de Educação e Cultura na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no órgão de direção setorial estratégico, englobando 40.000 alunos.

 

 

 

 

 

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4 thoughts on “A segurança como componente na escolha de um imóvel”

  1. Olá Jorge!
    Em primeiro lugar, parabéns pela iniciativa nesta empreitada do Blog.
    Vou participar sim, com minha contribuição, bem como com o s meus questionamentos.
    Muito interessante a entrevista, com o General e me agrada ver uma pessoa de tão alto nível, no comando de uma situação delicada nos dias de hoje.
    Fui oficial do Exército, por aproximadamente 10 anos e sei o que uma pessoa faz para ser General (muito estudo, disciplina e ordem). Sendo assim ele tem no sangue o que precisamos para nossa área metropolitana e se assim começarmos por Novo Hamburgo, que os demais municípios copiem a idéia.
    A prefeita também é Arquiteta e sabe muito de Urbanismo (sou suspeito em falar, pois sou Arquiteto e Urbanista também.
    Também achei interessante o vosso ponto de vista ao verificar a necessidade do cliente, quanto a segurança em primeiro lugar.
    Tenho a mesma preocupação, mas não tinha me dado conta de que o cliente também é como eu e portanto quer segurança também.
    Bom….que bons ventos venham….que a segurança retorne e consigamos construir, comprar e vender imóveis, atualmente atendendo esta demanda e futuramente sem esta preocupação.
    Um grande abraço Jorge.
    Que Deus o Abençoe
    Alexandre Bertrami Rosa
    Arquiteto e Urbanista.

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